Ingressar no ensino superior é um sonho para grande parte dos brasileiros. No entanto, apesar de todos os esforços para entrar em uma universidade, uma parcela dos estudantes não consegue finalizar o curso e receber o tão esperado diploma. Esse fenômeno complexo e multifatorial, chamado de evasão universitária, é uma problemática comum vivenciada pelas instituições de ensino do país e, na Uesb, a realidade não é diferente.
Segundo o pró-reitor de Graduação da Universidade, professor Reginaldo Pereira, as discussões sobre a evasão, na Uesb, sempre foram recorrentes nas plenárias de departamentos, colegiados de cursos e do Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe). Diante dessa demanda institucional, a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) iniciou, em 2018, um estudo, de natureza quantitativa, para diagnosticar a real situação da evasão, bem como da retenção na Universidade. Os dados desse estudo começaram a ser apresentados à comunidade acadêmica, nesta quarta, 4, no campus de Vitória da Conquista.
Para realizar o levantamento dos dados, a Prograd montou uma Comissão Executiva, formada por integrantes da Gerência Acadêmica, da Gerência de Acesso e Acompanhamento e da Secretaria de Cursos. A pesquisa foi realizada a partir da coleta de informações do Sistema Sagres e considerou os últimos 20 anos, ou seja, desde quando o Sagres foi implantado na Uesb, em 1999.
Analisando a evasão na Uesb – De acordo com o pró-reitor, o estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira, foi feito o levantamento e a análise da evolução histórica da taxa de evasão total e anual média de todos os cursos de graduação nos últimos 20 anos. “Nessa fase, fizemos também o levantamento do perfil dos alunos evadidos a partir do cruzamento de diversas variáveis, como forma de ingresso, período letivo de ingresso, raça, sexo, tempo de saída do curso”, explicou o professor Reginaldo. Além disso, o estudo buscou identificar os dados de retenção, que é quando os alunos demoram um tempo maior do que o proposto para integralização do curso.
Já na segunda fase da pesquisa, foram colhidos dados referentes aos índices de reprovação dos estudantes em disciplinas nos cursos de graduação. “Esses dados vão implicar para repensarmos as matrizes curriculares, os pré-requisitos, que as vezes, existem demais nos cursos. Apesar dos dados serem quantitativos, eles nos remetem a pensar também a questão pedagógica da formação do professor, porque sabemos que tem essa inter-relação da evasão com as questões didáticas e pedagógicas, com a infraestrutura e com a questão pessoal acadêmica”, afirmou o pró-reitor.
O docente destacou ainda que a partir desse estudo, o objetivo da Prograd é elaborar um plano estratégico de monitoramento e de gestão da evasão na Instituição. “Os dados vão dar uma base importante para o planejamento institucional, que irá gerenciar esse fenômeno, e para que possamos, cada vez mais, qualificar o ensino da graduação, pensando em políticas de permanência dos nossos estudantes”, reforçou.
Presente no evento de apresentação dos dados, o professor Raymundo Neto, coordenador do Colegiado de Ciências Biológicas, que também contribui para a construção do estudo, ressaltou a importância da Universidade estar atenta para o que está acontecendo com o seus cursos e com seus alunos. “Precisamos entender esse fenômeno da evasão dentro da nossa Instituição. E entendendo o que está acontecendo, podemos conseguir reverter esse quadro”, comentou o docente.
Nesta quinta, 5, e sexta, 6, o estudo será apresentado, respectivamente, nos campi de Jequié e Itapetinga. No campus de Jequié, o encontro acontecerá no Anfiteatro 1 do Módulo Manoel Sarmento, das 14 às 17 horas. Já em Itapetinga, a atividade será Auditório do Módulo de Educação, das 9 às 12 horas. Posteriormente, serão disponibilizados para colegiados e departamentos, que deverão socializá-los com professores e estudantes.