Escorpião, cobra e aranha são espécies muito comuns nos registros de incidentes domésticos. De intoxicações até mesmo acidentes que podem matar, esses animais peçonhentos causam problemas considerados de saúde pública. Dessa forma, alternativas que buscam contribuir para a melhoria desse cenário são desenvolvidas sob diferentes perspectivas, como é o caso do projeto de extensão “Ações educativas de toxicologia clínica e ocupacional”.
Criada pelo professor Irineu Viana, do curso de Medicina da Uesb, a iniciativa leva informações para a população com o intuito de informar os mecanismos de prevenção em relação a esses animais. Junto aos alunos do curso, são realizadas ações educativas em Unidades Básicas de Saúde (UBS).
“Um dos objetivos do projeto é levar informação extra muro da Universidade e não apenas formar o aluno, mas também formar a comunidade. Por meio da orientação sobre a importância desses casos, tentar reduzir as intoxicações e, por fim, melhorar a qualidade de vida da população”, explicou o professor.
Principais ocorrências – No município de Vitória da Conquista, por exemplo, dados apontam que o escorpião é o maior causador de intoxicação. Em 2021, foram registrados em torno de 450 casos de acidentes causados por esse animal na cidade. No levantamento, os números relacionados com serpente chegam em segundo lugar, com 25 casos identificados. Em terceiro, aparece aqueles relacionados com aranha, com dois casos. De acordo com o docente, acredita-se que existe uma subnotificação nesses números.
Os motivos dos casos com escorpião são o crescimento desordenado da cidade e a falta de saneamento básico, segundo Viana. Já os acidentes causados pelas cobras são predominantes na zona rural. “Tudo que nos rodeia é capaz de causar intoxicação e as crianças são as mais vulneráveis, podendo levar o paciente a óbito”, pontuou o professor.
A informação previne – Lucas Rocha, morador do distrito de José Gonçalves, tem duas crianças em casa e relata que, frequentemente, aparecem algum animal peçonhento. “O conhecimento aperfeiçoa melhor a gente para lidar com esse tipo de animal. A partir de agora, vou saber como tomar as primeiras precauções para, posteriormente, levar em hospital”, pontuou o morador.
Ter um maior contato com a comunidade e entender melhor como as coisas funcionam na prática é um dos principais ganhos que os estudantes do curso de Medicina possuem com a ação de extensão. É assim para Maria Eduarda Ribas, aluna do quarto ano do curso na Uesb: “Além disso, a prevenção é fundamental. Pois, as pessoas, geralmente, recorrem muito à internet e obtêm informações de maneira mais leiga. Dessa forma, passar essas informações de uma fonte mais segura, a gente tem a visão de que eles possam agir também de maneira mais eficaz, aplicando as precauções corretas”, defendeu a discente.
Nesse ano, o projeto atuou em Unidades Básicas de Saúde de diversos bairros da cidade. A ideia é ampliar esse número no próximo ano, com a continuidade da ação. Para conhecer mais, entre em contato com a coordenação pelo e-mail projetotoxicologiauesb@gmail.com.