O esporte é um agente transformador de realidades. O Brasil, tratado como “país do futebol”, faz valer esse reconhecimento quando observamos os dados no país. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Domicílio (Pnad), com o tema “Práticas de Esporte e Atividade Física”, das 38,8 milhões de pessoas que praticam alguma modalidade esportiva no país, 15,3 milhões são do futebol.
É nessa perspectiva que, em 2015, surge o projeto “Escola de Futebol Academia da Bola”, em Jequié, coordenado pelo professor César Pimentel, vinculado ao Departamento de Saúde I (DSI). A iniciativa, que é desenvolvida pela Uesb em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), agrega diferentes públicos: feminino, que vive com pouco incentivo na prática desse esporte; e masculino, aqueles que são deixados de lado pelas “escolinhas de futebol” pois, muitos deles, ultrapassaram os 17 anos e são considerados “velhos” para o ingresso em uma equipe profissional.
Oferecido de maneira gratuita, o projeto é destinado, também, àqueles que se identificam com o universo do futebol. Nesse sentido, a Academia é composta por profissionais da área, incluindo professores, fisioterapeutas, jornalistas, alunos do curso de Educação Física ou qualquer outra formação que possua campos de estudos relacionados à área esportiva do futebol de campo.
O projeto conta, ainda, com bolsistas, que realizam intervenções no âmbito pedagógico, como apoio a organizações de eventos, criação de mediateca de atividades didáticas, aulas de futebol para os matriculados e publicações de artigos científicos.
Na Academia são desenvolvidos projetos de ações de formação, que podem ser técnico-táticas ou acadêmicas. No primeiro caso, as etapas incluem captação de jovens, diagnóstico de estágio de aprendizagem e as fases de treinamento, competição e avaliação. Já na área acadêmica, acontecem as ofertas de workshops, palestras, clínicas e oficinas.
O projeto busca, dessa forma, impactar significativamente a vida dos participantes, não apenas ensinando conceitos relacionados ao futebol, mas contribuindo para o desenvolvimento humano. Além disso, o projeto possui relevância social, pois oferece oportunidades a quem vive em situação de vulnerabilidade social na cidade de Jequié. Nesse contexto, o projeto já conseguiu exportar atletas para alguns clubes do futebol brasileiro, como o Esporte Clube Bahia e o Maringá Futebol Clube.
Atualmente, a iniciativa oferta ensino gratuito para cerca de 100 jovens do sexo feminino e masculino e conta, também, com a parceria da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia, dos Centros Sociais Urbanos (CSU) e do Instituto Mãos de Jequié.. Para aqueles que desejam participar da Academia, basta entrar em contato por meio do Instagram oficial.