Registrando e divulgando pesquisas desenvolvidas na Uesb, desde 2012, o projeto de extensão “Focos da Pesquisa” optou, neste ano de 2019, por dar visibilidade às produções das mulheres pesquisadoras da Universidade. Quem deu o pontapé aos trabalhos foi a professora Consuelo de Paiva Costa, do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (Dell), com a palestra “Renascimento de línguas indígenas e o caso do Tupinambá de Olivença (BA)”, que aconteceu nesta sexta-feira, 30, no campus de Vitória da Conquista.
Após apresentar expressões Tupinambás como Ene Karuka, que traduzida significa “boa tarde”, Paiva destacou o fato da língua ser um importante marcador identitário para qualquer comunidade, principalmente para os Tupinambás, que estão vivendo um processo de retomada da língua e, por questões fundiárias, são considerados extintos.
“Eles [Tupinambás] passam por uma luta muito grande para provar para a sociedade que estão vivos e isso é parte de uma resistência motivada pelo desejo de não atribuir a eles as terras que eles têm direito. Então, é mais fácil dizer que o povo foi todo extinto e, portanto, as terras podem ser manejadas conforme a vontade. E isso é um dificultador na luta deles”, afirmou a docente.
Democratização de conhecimento – Segundo o professor José Luís Caetano da Silva, coordenador do projeto, a ideia é democratizar e expandir as produções científicas da Universidade, que, por vezes, ficam registradas apenas nos livros. A forma encontrada pelo docente, de colocar isso em prática, foi gravar palestras com temáticas variadas e publicá-las no Youtube, dialogando com um dos pilares da universidade pública, a extensão. “As pessoas não acadêmicas de todos os lugares podem ter acesso à pesquisa na Uesb, até pra gente evidenciar que existe pesquisa na Uesb”, disse.
O docente lembra que a edição de 2019 do projeto ainda contará com cinco palestras de pesquisadoras da Instituição, algumas com temáticas voltadas às mulheres. O projeto se encerra com uma mesa-redonda retomando a temática indígena. As palestras são sempre filmadas e, posteriormente, editadas e publicadas no canal do “Focos da Pesquisa” no YouTube. Para acessá-lo, clique aqui.