Em 2014, o projeto de pesquisa “Recursos Biológicos da Caatinga do Semiárido da Bahia com potencial fitoterápico”, coordenado pela professora Regineide Xavier, do Departamento de Ciências Naturais (DCN), foi criado no campus de Vitória da Conquista. Os estudos, realizados na região Sudoeste, visam investigar o potencial de plantas com propriedades medicinais para o fortalecimento dos hábitos de saúde tradicional e dar subsídios para formulação de novas substâncias bioativas (antimicrobiana, antiproliferativa, antidiabética, alelopática e outras), mais eficientes e menos prejudiciais ao homem e ao meio ambiente.
Além da docente, integram o projeto a professora Gabriele Marisco, também do DCN, e discentes do curso de Ciências Biológicas da Universidade. Os pesquisadores realizam testes de genotoxicidade para averiguar se não há efeitos tóxicos, ou seja, se as substâncias são aptas ao consumo. Até o momento, foram obtidos extratos com potencial antimicrobiano e alelopático e preliminar grau de seguridade de algumas plantas que são usadas como medicinais. “Quando estudamos uma planta para ver as suas ações medicinais, primeiro precisamos fazer alguns testes, descobrir que potencial essa planta tem. Inicialmente, estamos fazendo ensaios biológicos, onde queremos ver, por exemplo, se essa planta tem uma ação antibiótica”, explica a coordenadora.
Segundo a docente, os ensaios têm mostrado essa ação antibiótica, mas é necessário saber se, ao consumir, tem alguma consequência maléfica. “As pessoas têm o costume de achar que porque é natural é benéfico, mas nem sempre. A gente analisa esses extratos e vê se causa algum dano. Usa alguns organismos pra fazer teste e vê se causa algum dano a nível de DNA”, ressalta Xavier.
Os testes são feitos na própria Uesb, no Laboratório de Microbiologia Geral e Aplicada, onde extratos dessas plantas são testados em bactérias. “Existem valores que são considerados importantes. Por exemplo, se um extrato mata 90% dessas bactérias, em determinada dose, ele é considerado antibiótico. Portanto, de acordo com essa dose, é classificado se tem uma eficiência regular, boa ou ótima. É dentro desse parâmetro que a gente faz esses testes”, destaca a pesquisadora.
Registro de patente – Segundo a docente, os trabalhos para o processo de depósito de patente já foram iniciados. O projeto está na primeira fase para esse processo, que é o de descrição dos experimentos e elaboração de texto que aborde os ensaios, as substâncias. O depósito da patente será feito junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), por meio do Núcleo de Inovação Tecnológica da Uesb, o NIT.
Para saber mais sobre as pesquisas, entre em contato com o Laboratório de Biologia Geral pelo telefone (77) 3425-9332.