O projeto atua não só em Jequié, como em outras cidades da região (Foto: Acervo do Projeto)

Provocado pela inquietação em investigar mais sobre a obra de Monteiro Lobato e a forma como ela é trabalhada nas escolas de Jequié e região, o Grupo de Pesquisa e Extensão em Lobato (GPEL) criou, em 2006, o projeto “Emília vai à escola”. Desde então, a pesquisa já foi aplicada em quatro escolas do município, além de contemplar cidades como Jitaúna, Ipiaú, Coaraci, Ibirapitanga.

O projeto é desenvolvido em duas fases. A primeira fase tem o intuito de diagnosticar as condições e práticas de leitura da obra de Lobato em sala de aula, por meio da investigação dos livros didáticos usados, da biblioteca disponível no local e de entrevistas feitas com os alunos. Na segunda fase, o projeto promove práticas de leitura, avaliando a recepção da obra entre os estudantes e a eficácia da metodologia na busca pela promoção da leitura.

A partir dos resultados, são executadas intervenções junto aos alunos e professores, no intuito de avaliar possíveis caminhos para a inserção da obra de Lobato em sala de aula. “Os experimentos/oficinas realizados permitiram certificar a importância da leitura lobateana, pois, seus textos, além de entreter os alunos e oferecer a oportunidade de ampliação do horizonte cultural de origem dos mesmos, serviram como espaço de diálogo, aprendizagem e reflexão, numa experiência amorosa com sua literatura”, revelou a professora Maria Afonsina Ferreira Matos, coordenadora do projeto.

Os personagens de Dona Benta e Emília fazem parte das intervenções (Foto: Acervo do Projeto)

Apesar de polêmica, a obra de Lobato estimula o caráter crítico dos seus leitores e, por meio de metodologias eficazes, é capaz de estabelecer um diálogo dos alunos com situações socioculturais relevantes. A aplicação da pesquisa teve início no Ensino Fundamental II, mas acabou ampliando seu público para estudantes do Ensino Fundamental I e do Ensino Médio.

Ao longo desses anos, dez bolsas de Iniciação Científica e cinco bolsas de Iniciação Científica Júnior foram concedidas. O projeto já contou também com vários professores, técnicos e estagiários da Universidade, além de estudantes de pós-graduação, professores da Secretaria de Educação da Bahia (SEC), voluntários e prestadores de serviços.