No mês de julho, como alternativa para o cenário incerto causado pela pandemia do novo coronavírus, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uesb aprovou a implantação do Ensino Remoto Emergencial na Universidade. Dessa forma, ficou definido que o semestre letivo 2019.2 será retomado por meio de atividades pedagógicas não presenciais mediadas por tecnologias.

Diante dessa realidade imposta pelo atual momento, professores e alunos da Instituição irão experimentar uma nova dinâmica de ensino-aprendizagem. No entanto, é necessário, primeiramente, entender a distinção entre Ensino Remoto e Ensino a Distância (EaD). Para o professor Marco Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a modalidade EaD é “baseada no modus operandi transmissivo e massivo, seus atores principais são o conteudista que prepara os conteúdos de aprendizagem e o cursista solitário que lê, assiste e responde às atividades propostas. Sua natureza unidirecional comprometeu a expressão da mediação docente e a interação professor-estudante e estudante-estudante”.

Já a educação on-line, que é a proposta na qual o Ensino Remoto deve se basear, segundo o professor, é “capaz de realizar proximidade e afetividade na presencialidade virtual”. Para isso, porém, é necessário lançar mão da potência comunicacional e interativa da web. “[O Ensino Remoto] Precisa trabalhar em sintonia com o paradigma comunicacional da internet social ou da web 2.0. Isto é, a internet dos blogs, wikis e das redes sociais que permite autoria, compartilhamento, conectividade e colaboração – palavras essenciais à formação cidadã na sala de aula escolar ou universitária”, destaca o professor.

Formação docente – Para o retorno das atividades pedagógicas não presenciais, Marco Silva reforça a importância da formação competente dos professores para docência na modalidade on-line. Segundo ele, educar nesse formato supõe articular cibercultura e fundamentos da ‘educação cidadã’. “Como chegar a isso? Formação continuada, paciente e potente!”, declara.

Abertura do 1º Seminário Virtual da Uesb, transmitido pelo YouTube

Esse tem sido um dos pontos no qual a Uesb vem se empenhando para que o Ensino Remoto aconteça de forma efetiva e eficiente, seguindo os fundamentos da educação autêntica. A primeira medida adotada foi a realização do 1º Seminário Virtual da Uesb, que aconteceu nos dias 11 e 12 de agosto, e contou com a participação de diversos pesquisadores especialistas da área, inclusive do professor Marco Silva.

Com o tema “Desafios e possibilidades do ensino remoto em tempos de pandemia”, o evento foi organizado pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e a Coordenação de Ensino a Distância (EaD) da Universidade, em parceria com integrantes do grupo de trabalho responsável pela organização do plano de capacitação para os professores, instituído pelo Consepe, além de pesquisadores da área e de diversos setores da Instituição.

Para o professor Reginaldo Pereira, pró-reitor de Graduação, o Seminário cumpriu seu objetivo: fomentar o debate e a reflexão acerca do ensino remoto nas instituições de ensino superior nesse período de pandemia. Segundo ele, o evento serviu também “como uma preparação e sensibilização dos professores da Uesb para o curso de formação docente em tecnologias digitais” que está sendo construído pela Universidade.

“O grupo de palestrantes trouxe muitas experiências, muitas reflexões teóricas e epistemológicas em torno da temática da educação on-line e seus princípios”, afirma o pró-reitor. Dessa forma, o Seminário contribuiu “para que possamos pensar os caminhos, as estratégias e metodologias para o nosso Ensino Remoto”, completa o professor Reginaldo.

Confira o 1º Seminário Virtual da Uesb, na íntegra: