“Se quisermos pensar o desenvolvimento humano e a formação de profissionais preparados para engendrar transformações sociais necessárias, temos que pensar nas universidades públicas”. Essa reflexão partiu do professor Marcos Tavares, do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA) da Uesb, durante a mesa-redonda “Realidade das Universidades Públicas Baianas”, realizada na segunda-feira, 12, no campus de Vitória da Conquista.
A atividade foi promovida pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Ciências Econômicas, com o objetivo de ampliar o debate sobre a situação orçamentária das Universidades Estaduais Baianas (UEBAs). Além de Tavares, o chefe de gabinete da Instituição, professor Wesley Piau, também participou da mesa.
Para Tavares, tanto a administração quanto a comunidade acadêmica precisam se apropriar dos números referentes aos repasses feitos, essencialmente, pelo Governo do Estado, às universidades baianas. Essa apropriação pode qualificar o debate e, principalmente, sensibilizar a comunidade interna e externa, sobre a importância desses recursos para que a universidade continue desempenhando seu papel transformador, amparado no ensino, na pesquisa e na extensão de qualidade.
“Tem uma crise fiscal em curso e isso vai gerar um constrangimento do orçamento, ou seja, vai faltar recurso. Já estamos vendo isso acontecendo no Governo Federal e no Governo do Estado, ou seja, o orçamento das universidades não cresce, não acompanha sequer a inflação, e, certamente, gera uma série de dificuldades para o dia a dia dessas instituições”, explicou o professor Marcos Tavares.
Professor Wesley Piau
Desafios – O chefe de gabinete da Uesb destacou em sua fala os desafios enfrentados pela universidades baianas, por conta da crise orçamentária, e os caminhos que podem ser trilhados para a construção de uma universidade mais forte. Entre os desafios citados por Piau, estão a manutenção de políticas de assistência estudantil; ampliação de políticas de internacionalização; fortalecimento da pesquisa e pós-graduação e reconfiguração das atividades de extensão. “Esse momento de discussão das dificuldades que temos de financiamento, de formação, de evasão e de permanência do estudante, é fundamental para construirmos uma nova universidade mais forte e que resista a esse embate e a esses problemas que estamos enfrentando hoje”, reforçou o docente.