Buscando discutir as interfaces entre a linguagem, o digital e a preservação da memória, a 3ª edição da Jornada Científica do Laboratório de Pesquisa em Linguística de Corpus (Lapelinc) teve início na manhã desta terça, 8, no campus de Vitória da Conquista.
Nesta edição, a proposta foi ampliar o alcance das pesquisas por meio da relação com outras instituições, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP). “É uma jornada que vai fortalecer as relações entre essas instituições por meio dos seus projetos. A ideia é, de fato, agregar; trazer alunos de graduação, de pós-graduação, de todas as linhas de pesquisa, da área de Letras, da Computação, porque as pesquisas que a gente desenvolve são com interface em outras áreas”, explicou a professora Cristiane Namiuti, coordenadora do Lapelinc.
A linguagem como foco – A abertura do evento contou com uma palestra da professora Charlotte Marie Galves, da Unicamp, que trouxe discussões a respeito da linguagem, com teorias e abordagens históricas da mesma. Segundo a pesquisadora, a língua muda e estudar a forma como essa variação acontece, sobretudo na sintaxe, tem sido seu trabalho há anos.
“Meu trabalho é mais com a parte da sintaxe da língua. Olho muito para a história do português brasileiro, [buscando entender] o que levou à mudança, em particular o contato com línguas indígenas ou africanas”, contou Galves, que destacou também a importância do estudo do português de Portugal para o entendimento dessas mudanças e do próprio português do Brasil.
O evento contou ainda com a presença da professora Maria da Conceição Fonseca-Silva, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGLin) e do Centro de Pesquisa em Linguística (CPeLin) da Uesb. De acordo com a docente, a linguagem é essencial para a nossa existência: “sem a linguagem, não existe memória, não existe sujeito, não existe indivíduo”.
Essa necessidade da linguagem, em suas diferentes formas, é sentida na associação da mesma com diversas áreas do conhecimento, como o campo do digital e da própria memória. “A ciência da linguagem faz essa interface e, inclusive, dá subsídio para que esse digital possa acontecer. Uma das bases do digital é exatamente a área da Linguística. O digital é linguagem pura. O que aparece para a gente no digital, essa imagem, essa fotografia, esse signo, [tudo isso] é sustentado pela linguagem”, observou Fonseca-Silva.
A Jornada Científica do Lapelinc acontece junto ao 1º Workshop em Anotação e Frameworks para Corpora Digitais de textos históricos, que seguem até sexta, 11, com diversas atividades. Os eventos acontecem por meio de uma parceria do Laboratório com o PPGLin e com o CPeLin e todas as informações podem ser conferidas no site da Jornada.