Uiliane Novaes tem 18 anos e está no 3º ano do Ensino Médio. Sua família quer que, após o término, ela ingresse em um curso da área de saúde, mas o coração de Uiliane bate forte mesmo é pelo curso de Filosofia, e foi nas aulas da disciplina que ela se apaixonou pelas teorias e pelos filósofos. Com toda essa pressão interna e familiar, ela se viu desnorteada, por isso decidiu participar da atividade de Orientação Profissional, que está sendo realizada pelo curso de Psicologia da Uesb, por meio do Núcleo de Práticas Psicológicas (Nuppsi).
“A gente sai do Ensino Médio com muitas informações ‘ faz isso, faz aquilo’, muita pressão. Fora a dificuldade que já é entrar em um curso, imagine sem saber em qual. Mas essa atividade está sendo incrível, inclusive, eu já até descartei algumas opções de cursos”, conta Uiliane. A atividade, que já está no segundo encontro, é voltada para estudantes a partir do 9º ano e está sendo executada por discentes do curso de Psicologia da Universidade, como parte prática de uma das disciplinas do curso.
O objetivo da atividade é claro: auxiliar os jovens no processo de escolha da profissão e analisar os mitos em torno das ideias de sucesso e fracasso a partir de conversa e reflexão. Para dar vida à iniciativa, os organizadores partiram do pressuposto de que escolher com o que trabalhar não é fácil, principalmente na juventude, como explica Gabriel Nunes, discente do 6º semestre de Psicologia e um dos organizadores. “Muitas dúvidas surgem acerca de que profissão escolher, quais consequências tem essa escolha, precisa ser uma profissão para o resto da vida? A gente acha que não, mas muita gente ainda tem essa visão. E o nosso propósito é tentar esclarecer essas coisas”, explicou.
O discente ressalta ainda que em nenhum momento há tentativa de impor aos jovens o tipo de profissão que eles devem seguir ou, como em um teste vocacional, apontar as características que combinam com determinado curso. “A gente tenta levá-los a um processo de autorreflexão para tentar enxergar as possibilidades. A gente os escuta. E, como futuros psicólogos, não poderia ser diferente. Escutamos o que eles trazem e propomos reflexões. A partir disso a gente trilha um caminho”, completa Nunes.