Com o objetivo de verificar a qualidade da água no Rio Catolé Grande, no município de Itapetinga, foi criado o projeto “Monitoramento de variáveis de qualidade da água em diferentes níveis de vazão no Rio Catolé”, que desenvolve suas atividades desde 2009. Além de verificar o impacto do lançamento de efluentes, a iniciativa, coordenada pela professora Flávia Mariani Barros, do Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN), também propõe alternativas para a melhoria da qualidade da água do Catolé Grande.
Durante o trabalho, são feitas coletas de água e medição de vazão em diferentes pontos. Nas amostras, são realizadas várias análises para verificar como está a qualidade do Rio antes, durante e após o perímetro urbano/industrial da cidade. Segundo a coordenadora, a interferência antrópica, ou seja, intervenção humana que resulta em modificações no meio ambiente, é um dos principais agravantes no comprometimento da qualidade da água, principalmente no período chuvoso. Ainda de acordo com a docente, o ponto localizado imediatamente após o perímetro urbano se apresenta como ambiente mais antropizado, em decorrência de um considerado número de variáveis estarem fora dos padrões estabelecidos pela resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Em relação à autodepuração (capacidade natural do rio de purificar suas águas), por exemplo, os estudos apontam que o Catolé apresentou menor capacidade de autodepuração durante o período de maior vazão. “Em todas as coletas realizadas, foi possível identificar o comprometimento da autodepuração do Rio em decorrência do impacto ambiental causado pela introdução de matéria orgânica proveniente de efluentes agroindustriais e de efluentes domésticos, interferindo, de maneira significativa, na dinâmica de autodepuração do Rio Catolé Grande”, ressalta Barros.
Ainda foi verificado que as maiores concentrações de fósforo total foram observadas após o perímetro urbano da cidade, em todas as épocas do estudo. Segundo a professora, altos valores de fósforo podem colaborar para a proliferação exagerada de macrófitas aquáticas, o que pode causar diversos prejuízos, dentre eles a falta de oxigênio dissolvido e consequente morte de peixes. Conforme as variáveis analisadas, o Rio se encontra em boa qualidade a montante do perímetro urbano/industrial, o que não pode ser observado durante e após o perímetro urbano/industrial. Nessas análises, não foram consideradas variáveis importantes, como elementos potencialmente tóxicos e resíduos de agrotóxicos, que são foco de um futuro trabalho no Rio.
Integram o projeto, os professores Danilo Paulucio, da Uesb em Itapetinga, e Felizardo Adenilson Rocha, do Instituto Federal da Bahia, campus de Conquista. Para saber mais, entre em contato os pesquisadores por meio do telefone (77) 3261-8600 ou pelo e-mail fbarros@uesb.edu.br.