No imaginário popular é comum associar a geografia com mapas, bússolas, globo terrestre e afins. Esse conteúdo é transmitido durante a formação escolar, porém, ao escolher atuar como professor de Geografia, o estudante perpassa por um conhecimento, durante a graduação, que vai além desses.
E se no lugar de desenhar mapa você aprendesse sobre a cartografia? Com esse conteúdo, o egresso pode atuar no planejamento urbano de um município. A disciplina oferece base para o planejamento territorial de uma cidade. Para isso, é necessário uma habilidade na área de informática e também acesso a softwares mais atuais.
E se no lugar do globo terrestre o estudante pudesse entender sobre a geografia física? A aplicação desse conhecimento pode ser em setores ambientais de prefeituras, consultorias ou empresas privadas. Além disso, áreas da climatologia, fornecendo dados do clima e tempo, também possuem contribuição desse conhecimento.
Vamos substituir a bússola pelo geoprocessamento? Essa área permite que prefeituras, empresas privadas e outros órgãos obtenham dados de georreferenciamento para a tomada de decisão espacial.
De acordo com a coordenadora do curso de Geografia da Uesb, professora Aleselma Silva Pereira, a ciência geográfica impulsiona a compreensão da relação do homem com o meio em que vive. “Um dos principais focos da ciência geográfica é o entendimento do mundo, do contexto, do espaço geográfico. É um conhecimento científico muito importante para o desenvolvimento da consciência cidadã e isso é um elemento muito importante que essa ciência dá conta”, explica a coordenadora.
Na Uesb, a graduação permite ao estudante aplicar seus conhecimentos em extensão, projetos de campo junto à comunidade, de pesquisa, por meio de laboratórios, e também o ensino, em sala de aula. Após a Resolução nº 2, de julho de 2015, na qual o Conselho Nacional de Educação exige um maior enfoque na formação pedagógica nos cursos de licenciatura, os alunos têm contato com a sala de aula desde o primeiro semestre letivo.
Lara Barros, graduada em 2018, é um exemplo de egressa que aproveitou as oportunidades oferecidas durante o curso na Uesb para desenvolver habilidades que lhe proporcionam, atualmente, a realização do Mestrado na Universidade de São Paulo (USP). Ela também atua na Rede de Educação Básica, ministrando aula em Tocantins, pela Fundação Bradesco.
Motivada a fazer o curso de Geografia pelo primeiro professor de Geografia, seu pai, Lara ingressa tendo ciência do foco voltado para a Licenciatura. Atualmente, ela leciona para indígenas, filhos de posseiros, assentados e pessoas com vulnerabilidade econômica, na região Norte do país. “Sigo atuando onde a educação pode representar uma possibilidade de transformação social e tendo acesso a novos campos de pesquisa que compreendem o estudo desenvolvido no mestrado”, pontua.
Os caminhos que Lara trilhou, na graduação, para chegar até aqui conta com participação de grupos de estudo, o que inclui bolsa de iniciação científica, onde surgiram suas primeiras inquietações e investigações sobre a Geografia Agrária e da estrutura fundiária brasileira, linha de pesquisa que segue atualmente. Também participou de projetos extensionistas com trabalhos de campo, o que possibilitou fazer as escolhas do seu futuro.
Geografia na Uesb – Fundado em 1984, o curso de Licenciatura em Geografia nasce com o objetivo de proporcionar a formação de professores em Vitória da Conquista e região, e , surge também na conjuntura política voltada para a interiorização do ensino superior. Ao todo, são quase 1.250 professores formados pela Uesb, ao longo desses anos, atendendo a essa demanda regional.
A graduação é ofertada no campus de Vitória da Conquista, e disponibiliza 43 vagas anuais, com duas entradas semestrais, tanto pelo Vestibular quanto pelo Sisu, nos turnos matutinos e vespertinos.
Durante a graduação, os discentes têm acesso a conteúdos práticos e de pesquisa tanto na sala de aula, já no primeiro semestre letivo, como também a laboratórios. Essas atividades são realizadas pelos projetos de pesquisa (com vários laboratórios e grupos de estudos e bolsas de iniciação científica); projeto de extensão; Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid); Residência Pedagógica (com bolsa); aulas de campo (é uma das atividades mais diferenciadas realizadas no curso) e monitoria de disciplinas, também com bolsas.