O cinema é muito mais do que um bom filme acompanhado de pipoca. Por trás das produções, está o trabalho técnico de uma série de profissionais. Isso sem falar das populares séries, que estão em alta ultimamente nas plataformas de streaming.
O profissional formado em Cinema e Audiovisual é, geralmente, conhecido como cineasta, mas, também, pode receber o nome de realizador audiovisual. Há uma ampla área de exploração, uma vez que a profissão o permite atuar em diferentes frentes. A cadeia do audiovisual tem três elos principais: produção, distribuição e preservação. Além disso, é possível atuar em seis grandes áreas: produção, distribuição e difusão, preservação, políticas públicas, educação e cultura e ambiente digital.
Tudo o que envolve um filme, série ou novela, do roteiro até o produto pronto, se concentra na produção. Isso inclui filmar, montar, fazer a edição de som e a correção de cor das imagens. Aqui atuam vários profissionais, como o produtor executivo, os diretores do filme, de arte e de fotografia. Roteiro, continuidade, figurino, maquiagem, técnicos de som, trilha sonora e tudo o que se refere à execução do audiovisual é produção.
Com o produto pronto, é hora de fazê-lo circular, seja em uma sala de cinema, na televisão ou em outros formatos. Isso é feito junto às distribuidoras de cinema, os circuitos de mostras e de festivais e exibições em cineclubes. Há, também, instituições como as cinematecas e as próprias produtoras, que entendem a importância de guardar filmes. Muitas vezes, as cópias físicas em película estão em processo de deterioração e é necessário um trabalho de restauração de matrizes antigas e de digitalização.
Um outro caminho para cineastas que desejam trabalhar na área pública é a organização de festivais, mostras, simpósios e cursos livres para comunidades, entre outras ações, a partir de editais de fomentos. O profissional pode, ainda, cursar uma pós-graduação ou mestrado para dar aulas e realizar pesquisas em áreas de seu interesse, com foco na educação.
No ambiente digital, a produção audiovisual encontra uma crescente demanda de produção com o acelerado consumo. Por meio de redes sociais e diversas plataformas de áudio e vídeo, a criação de produtos para esse nicho, que vão de videoclipes a webséries, ampliou as janelas convencionais do cinema e da televisão. Paralelo a isso, há também uma maior utilização das tecnologias portáteis e um aumento da velocidade da internet, o que facilita toda a cadeia.
Empreendedorismo – A criação do próprio negócio é uma porta aberta para os profissionais que formam em Cinema e Audiovisual. Daniel Leite Almeida, egresso do curso na Uesb, apostou neste caminho e é diretor executivo da Ato3 Produções, produtora independente de Cinema e Audiovisual e outras linguagens artísticas, fundada em 2015, em Vitória da Conquista.
Daniel lembra que, quando começou estudar, entendeu que Cinema e Audiovisual seriam mais do que o ofício e paixão, dariam também sentido a sua própria existência. “Acredito que eu sempre fui um contador de histórias, e a Universidade me trouxe ferramentas para que essa realidade se tornasse profissão”, reflete.
Ao longo da sua trajetória no cinema, o cineasta tem se dedicado a incentivar a produção audiovisual de jovens conquistenses e enaltecer as culturas regional e local em suas obras. Por meio de editais de financiamento, sua produtora vem realizando filmes e projetos com foco no desenvolvimento de curtas e séries audiovisuais de forma colaborativa.
Entre as suas produções, Daniel destaca o filme “Alice dos Anjos”, uma adaptação livre da obra “Alice no País das Maravilhas’’. No filme, ele trouxe a jornada de uma garotinha descobrindo um novo mundo para o sertão. “Esse foi meu primeiro longa que estreou no principal festival de Cinema brasileiro, o 54º Festival de Brasília, onde levou seis prêmios, além de ter sido premiado em vários outros festivais. Foi um divisor de águas, porque mostrou para a cidade, incluindo a gestão pública, que era possível fazer filmes em Vitória da Conquista, colocando o nosso setor no mapa”, afirma.
Cinema na Uesb – Criado em 2009, o curso de bacharelado em Cinema e Audiovisual da Uesb já formou, aproximadamente, 120 profissionais. Com aulas no período matutino, a graduação funciona no campus de Vitória da Conquista. São abertas 43 vagas a cada ano.
Vice-coordenador do curso, Cristiano Canguçu explica que a graduação na Uesb tem uma perspectiva generalista. “Os alunos passam por todas as etapas da produção audiovisual (roteiro, edição, fotografia, som, produção, direção de arte, direção de atores), experimentam múltiplas modalidades do audiovisual (ficção, documentário, animação etc.) e têm uma formação teórica sólida em Artes e Humanidades”, aponta.
O professor acredita que esse formato abre espaço para descobrir potencialidades e formar profissionais com múltiplas vivências. “Consideramos que este conjunto panorâmico de disciplinas obrigatórias, em conjunto com um rol diversificado de optativas que os discentes podem escolher e, assim, direcionar a sua própria trajetória, lhes possibilita uma formação completa e suficientemente flexível para a sua vida profissional”, avalia.
Sobre o mercado de trabalho, Cristiano ressalta que Vitória da Conquista e região já tinham um mercado estabelecido na televisão local e na produção de vídeos institucionais e para eventos, mas tem se desenvolvido, cada vez mais, nos últimos anos com o mercado de mídias sociais. “Além disso, o cinema conquistense propriamente dito se tornou realidade graças a produtoras formadas por alunos e egressos deste curso”, conclui.
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