A dança é utilizada para contar histórias, expressar emoções, mobilizar atos em prol de uma causa ou simplesmente para se divertir. Diante disso, surgem diversos estilos de dança, cada um com seus próprios passos, ritmos e movimentos. Mas há formação para essa área? Sim! Por meio do curso de Dança, é possível proporcionar o domínio da expressão e da arte através de atividades que desenvolvam a reflexão e a criação no estudo desse campo.
Os licenciados em Dança são qualificados ao ensino e à gestão em ambientes educacionais, mas podem, também, exercer funções em videodança, dança com foco na saúde, dança como entretenimento, pesquisa em dança que reflete na escrita de livros e artigos, oficinas e aulas práticas e teóricas (em escolas, academias e centro comunitários). Além disso, esses profissionais podem atuar como dançarinos, propor montagem de espetáculos de dança e/ou direção de movimento nos espetáculos artísticos de música e de teatro, entre outras.
A maioria dos egressos da licenciatura em Dança da Uesb estão inseridos no mercado de trabalho, principalmente em escolas, tanto públicas como privadas. Muitos são empreendedores ou gestores de escolas de dança locais, que abrem espaço para empregar outros profissionais da dança em seu quadro de professores.
Tainan Galdino é licenciada, desde 2016, no curso de Dança da Uesb. Atualmente, atua como professora de arte na rede municipal e estadual, além de ser preceptora de Residência Pedagógica-Arte da Universidade. Aluna da segunda turma, Tainan destaca que o curso teve um impacto transformador em sua vida ao proporcionar vivências significativas. “Sou grata por essa formação abrangente, pois ela me permitiu vivenciar a dança de maneiras diversas e significativas, nos estágios, Pibid, projetos de extensões, grupos de pesquisa, viagens apresentando pesquisas em vários estados brasileiros. [Tudo isso] me permitiu crescer enquanto profissional e aprender cada vez mais, obtendo essa troca de saberes entre escola e universidade”, afirma.
Tainan aproveitou para esclarecer as oportunidades do mercado de trabalho na área. “Embora a formação como professor seja um dos focos, também são explorados outros caminhos dentro do campo da educação, bem como nas áreas artísticas e culturais. Além disso, há espaço para ser empreendedor abrindo uma escola de dança, por exemplo. Existe um leque de possibilidades”, evidencia.
A Dança no processo de formação – De acordo com a professora Edeise Gomes, coordenadora do curso da Uesb, após 11 anos de existência da licenciatura em Dança na Uesb, foi possível potencializar a formação do profissional da área no interior da Bahia. “Apesar de muitos ainda não conhecerem nosso curso, a nossa presença na Uesb, campus de Jequié, tem feito a diferença em muitas escolas da rede pública e privada local, na comunidade de artistas e fazedores de cultura e, também, nas inúmeras escolas de dança da região”, pontua.
Edeise avalia que o potencial do curso está na formação em diálogo com a diversidade que a Universidade proporciona. “Seja em linguagens variadas de danças com foco teórico e, principalmente, prático, na conversa com outros cursos e com os outros campus ou na diversidade de corpos, gêneros, sexualidades e contextos, é possível possibilitar uma experiência complexa de relação e, consequentemente, ampla na formação”, explica.
O curso na Uesb – Criado desde 2012, a licenciatura em Dança funciona no campus de Jequié, no período matutino. Porém, em seu primeiro ano de formação, o curso acontece nos dois turnos, pois todos os alunos passam pela experiência ampliada das artes, vivenciando disciplinas obrigatórias não só do curso de Dança, mas também de Teatro. Ao todo, já foram formados 60 profissionais na área.
Além das disciplinas obrigatórias, há também os estudos étnico-raciais que são fundamentais na inclusão da diversidade nas reflexões e ações acadêmicas. Na reformulação da Proposta Pedagógica Curricular, foi destacado a obrigatoriedade da inserção da “Dança Afro” e dos estudos de Gênero e Diversidade. Ainda nesta reformulação, foi possível inserir como optativas as disciplinas de “Dança e deficiência” e “Dança Indígena”, componentes curriculares que ampliam ainda mais o compromisso da formação diversa do curso.
A graduação proporciona ter experiências teóricas e práticas de montagem de espetáculos tanto em Dança como em Teatro e na interação com outros cursos da Universidade. O curso dialoga com outras áreas de conhecimento, como Educação Física, Enfermagem e Letras, de forma a ampliar as experiências acadêmicas dos estudantes, potencializando, também, as vivências de pesquisas coletivas e individuais em diálogo com os grupos de pesquisas.
Há um diálogo contínuo do curso com as escolas desde as disciplinas iniciais na formação de licenciatura, como Didática e Metodologia, ampliando este vínculo nos estágios do Pibid e da Residência Pedagógica. Além disso, a formação estreita o diálogo com a população, por meio de variados projetos de extensão e de ações independentes, como “Engenho de Composição”, “60 assiste”, “Uesb em Movimento” e a “Semana da Dança”.