A dinâmica entre as zonas urbana e rural e como essa relação contribui para a construção dos cenários das cidades pequenas e médias foram abordadas nessa última segunda, 10, em palestra promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo). A atividade foi conduzida pelo professor Flamarion Dutra Alves, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), localizada no sul de Minas Gerais.
A temática é pertinente à realidade não só de Vitória da Conquista, como das demais cidades que formam o território Sudoeste baiano. É o que explica a professora do PPGeo, Fernanda Alcantara, destacando a carência de estudos voltados para cidades médias e pequenas: “São muitos estudos, debates e publicações a respeito das grandes cidades, das metrópoles. A gente busca nos últimos tempos justamente contribuir com essa discussão sobre a pequena cidade, que também tem sua dinâmica, seu papel e importância. E aí, o Programa como precisa e deve se inserir no contexto da sociedade em que nós estamos, Vitória da Conquista e demais municípios, traz a temática”.
A docente lembrou que o Programa recebe grande demanda de alunos dessas cidades, cujas pesquisas estão se voltando para tais realidades. São exemplos as defesas das teses de Mestrado da primeira turma do PPGeo, que estão acontecendo neste mês, e que tratam de municípios como Belo Campo e Barra do Choça. “Esses alunos vêm para o curso e também levam não só o conhecimento, que é individual, mas essa contribuição para essas pequenas cidades”, salientou.
A forte presença da agricultura no dia a dia da cidade, tanto no trabalho quanto na cultura, é uma das características desses municípios, segundo o professor Flamarion Dutra Alves. Ele contextualiza que as pesquisas desenvolvidas no sul de Minas se aproximam às do Sudoeste baiano nesse sentido.
Além disso, o pesquisador ressalta: “A presença da universidade no interior é fundamental para o desenvolvimento e para democratizar o ensino e a educação no país. Há poucas décadas atrás, isso era praticamente concentrado em metrópoles e capitais, e no interior promove um impacto muito grande na questão da formação dos profissionais e em dar acesso a pessoas de baixa renda, que não teriam condições de se deslocar e morar numa capital”, concluiu.