Contribuir para a melhor qualificação de pesquisadores e estudantes, fortalecendo o diálogo entre as Instituições de Ensino e os Movimentos Sociais. Com essa perspectiva, e a partir da ação voluntária de pesquisadores de universidades do Nordeste do Brasil, surgiu, em outubro de 2020, a Rede Latino-americana de Pesquisa em Educação do Campo, Cidade & Movimentos Sociais (Rede PECC-MS). A iniciativa é fruto da interação entre grupos de pesquisa, dentre eles o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Movimentos Sociais, Diversidade, Educação do Campo e da Cidade (Gepemdecc) da Uesb.
Atualmente integrando instituições de toda a América Latina, a Rede foi institucionalizada nesta sexta, 27. O evento on-line fez parte da programação do 3º Congresso Internacional e 5º Congresso Nacional Movimentos Sociais e Educação, sediado na Uesb. O encontro oficializou a vinculação da Rede PECC-MS ao Programa de Pós-Graduação de Educação e Contemporaneidade da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica e Científica e o Plano de Trabalho do Convênio de Colaboração entre a Uneb, a Uesb e outras universidades nacionais e internacionais.
Educação é política – O reitor da Uesb, professor Luiz Otávio de Magalhães chamou a atenção para o significado do movimento que se deu com a oficialização da iniciativa. “Uma rede de pesquisa pressupõe muito trabalho feito com seriedade, exposto à avaliação dos seus pares, publicados em diferentes periódicos em todo o mundo”, definiu o reitor.
Para ele, essa dinâmica tem uma dimensão maior do que a simples ideia de difusão de conteúdos. “Educação não é apenas transmissão de conhecimento, mas de valores, de formas de reconhecimento da autoridade e legitimidade, de formas de estabelecimento de relações sociais”, ponderou o professor Luiz Otávio. Destacando as ações que a Uesb vem desenvolvendo na área de Educação do Campo, o reitor continuou: “pretender que exista uma educação neutra é um discurso autoritário de quem pretende ocultar a dimensão pública e política que existe em todo âmbito educacional”.
Também nesse sentido, a representante da Universidade Autônoma Metropolitana de Iztapalapa, no México, professora Angélica Bautista López, lembrou que o convênio tem a intenção de fortalecer as universidades e essa proposta passa pela pesquisa nas áreas comuns, que são muitas, e pelo diálogo com a sociedade. “A criação da Rede é muito relevante, pela possibilidade da reflexão coletiva. E os movimentos sociais nos demandam respostas e posicionamentos”, pontuou.
O lançamento da Rede é marcado pelo contexto de crise humanitária, civilizatória e sanitária, como sublinhou o professor Natanael Bomfim, Secretário Especial de Relações Internacionais da Uneb e coordenador da Rede PECC-MS. Nesse cenário, juntam-se às universidades estaduais baianas, a Universidade Autônoma Metropolitana; de Iztapalapa; a Universidade Pedagógica Nacional, da Colômbia; a Universidade do Estado do Ceará (Uece); a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). “O intuito é desenvolver práticas e diálogos de ensino, pesquisa, extensão e internacionalização com a comunidade acadêmica e a comunidade local, regional e global, por meio de ações como mobilidade nacional e internacional, cotutela, internacionalização do currículo, entre outras”, explicou o coordenador da Rede.