Já imaginou o quanto as imagens e símbolos religiosos influenciam o seu modo de ser? Abordar questões que envolvem a relação do homem com a religião foi a essência da palestra de abertura do “Seminário de Psicologia e Religião”, realizado nessa sexta, 12. Durante o evento, promovido pelo Grupo de Estudos em Psicologia Analítica (Gepa), os participantes puderam entender aspectos que revelam o quanto fenômenos religiosos, para além da cultura, estão presentes no psiquismo humano a partir de pesquisas realizadas pelo psiquiatra Carl Jung.
Conduzida pelo professor Marco Aurélio Medrado, a palestra trabalhou a relação entre psique, arquétipos e alma, no intuito de promover uma busca reflexiva entre Psicologia e Religiosidade. Na ocasião, os participantes puderam compreender a proposta de estudos do autor, que era “entender o fenômeno religioso no ser humano por meio das experiências religiosas que fogem ao controle do ego e da consciência”, como explicou Medrado.
A condução da discussão se deu ainda a partir da exemplificação de quadros clínicos relatados pelo palestrante. Ainda de acordo com o professor, é importante abordar esse tipo de estudo para entender os sofrimentos relatados pelo paciente. “Muitas vezes a compreensão dos sonhos, das imagens, dos desenhos, de todas aquelas ferramentas psicológicas, onde a gente observa a simbologia religiosa, pode ajudar ao paciente a se libertar disso, dando a ele a condição de escolher o destino dele”, comentou o palestrante.
As teorias propostas pelo Jung propiciou uma nova forma de enxergar o ser humano, pois o autor trouxe elementos que ultrapassam o pensamento cartesiano, como pontua a coordenadora do evento, professora Ana Lúcia de Araújo. “Jung foi corajoso ao romper barreiras para encarar esses questionamentos e discutir religião e religiosidade, numa perspectiva científica, dentro dos estudos de psiquiatria”, afirmou a docente.
De acordo com Araújo, é importante trazer essa discussão para a Universidade, visto que é uma temática pouco discutida. A ideia é que a comunidade acadêmica possa entender as questões que envolvem a relação do homem com o sagrado, com os símbolos, em busca dos significados e sentido da vida.