Um museu construído com a comunidade e não para a comunidade é a essência da Exposição, promovida pelo Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), que está sendo realizada durante a 16ª Semana de Museus no Memorial Casa Governador Regis Pacheco. A atividade acontecerá até o próximo dia 20 e faz parte de uma programação nacional com o tema “Museus Hiperconectados: novas abordagens, novos públicos”.
Durante a abertura do evento, realizada nessa segunda, 14, alunos do Círculo Escolar Integrado de Cabeceira tiveram a oportunidade de contemplar suas produções construídas ao longo do ano de 2017. Uma mostra das oficinas, produções artísticas e literárias que fazem parte do projeto de Ação Educativa e Cultural: “Linguagens do Campo em memoriais: conexões entre leituras, escritas criativas, imagens, histórias de escolas e de pessoas em comunidades da Zona Rural de Vitória da Conquista”.
De acordo com a curadora do evento, a professora Heleusa Câmara, a ideia dessa ação é fazê-los entender o que é memória e mostrar que eles já fazem parte da memória da região. “Geralmente nós nos centramos em copiar modelos dos grandes centros e esquecemos que somos produtores culturais. Não conhecemos direito o espaço em que vivemos e é preciso despertar nas crianças e na comunidade a valorização do espaço, como guardar o trabalho realizado”, defende.
Assim pontua também a palestrante da abertura, a museóloga Karine Porto, ao enfatizar que o mais importante de um memorial é você se ver inserido nele. “Às vezes a gente pensa que dar visibilidade a uma memória precisa necessariamente de coisas rebuscadas, e é na simplicidade que você pode trazer a memória de um povo que foi deixada na invisibilidade durante muito tempo”, diz.
A proposta da atividade é distanciar da ideia de que Museu é somente lugar de contemplação, um lugar fechado em uma estrutura física, como antigamente pensando, e aproximar do sentido de que é um espaço informal de educação. Como Porto apresenta: “O Museu tem que ser participativo, quando você encontra um material desse, os meninos construindo e fazendo parte do processo, ajuda muito na identidade e na busca pelo empoderamento”, mostra.
A diretora da Escola Francisco Antônio de Vasconcelos, Marizene Chagas conta como esse processo foi realizado nas escolas: “Nós estamos sempre lembrando aos nossos alunos que o futuro deles vai depender sim do passado, e pensando nesse passado a gente fez esse resgate de memória. Foi interessante até mesmo porque tivemos inúmeras oficinas e muitas delas foram brincadeiras do passado”, apontou.
A atividade acontece na Praça Tancredo Neves, nº 191, Centro e é aberta ao público para visitação e pesquisas de segunda a sexta-feira das 8h30 às 17 horas. A programação completa pode ser conferida aqui. Para mais informações, envie e-mail para prolervc@gmail.com.