Professor Roberto Claudino, do campus de Itapetinga
No Ensino Médio, a disciplina de Física é considerada uma das mais complicadas, mas a abordagem de conteúdo feita pelo professor pode mudar esse estigma. Pensando nisso, o Colegiado do curso de Física realizou, no campus de Vitória da Conquista, a 5° Semana de Física da Uesb e o evento “Diálogos no Ensino de Física e Ciências”, entre os dias 13 e 15 de dezembro.
O evento contou com apresentação de trabalhos, minicursos, mesas-redondas e palestras, buscando contemplar a integração universidade-escola, e contribuir com a melhoria das práticas e dos conhecimentos educacionais nas áreas, principalmente, para a rede estadual de ensino da região. Tendo, como público-alvo, estudantes de graduação, pós-graduação e professores da Educação Básica, as atividades fomentaram discussões de referenciais teórico-práticos em torno da amplitude de abordagem dos temas.
“A gente sabe que é uma disciplina importante e que, muitas vezes, é tida como uma disciplina difícil. O evento objetiva fomentar uma discussão sobre o que é a física e a ciência, e mostrar as práticas inovadoras nesse campo de estudo, além de discutir a formação do próprio licenciando”, afirmou um dos coordenadores do evento, o professor Ferdinand Martins, do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET).
Novas abordagens – O professor Roberto Claudino Ferreira, do Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN), campus de Itapetinga, palestrou sobre “Física Nuclear aplicada à Astrofísica” e frisou que tudo se torna mais dinâmico quando os professores saem de sua zona de conforto e se mantém atualizados. Para o docente, quando se trata de Ensino Médio, é importante que os professores entendam a realidade dos alunos e transitem por assuntos fora do currículo, assim, a disciplina pode se tornar mais prazerosa.
“Tem que entender o público, quem são os alunos, de que região são originários, do que eles se interessam. É a partir daí que o professor consegue colocar pontos referentes à realidade dos alunos. A astronomia e astrofísica, por exemplo, são coisas de interesse comum. A astronomia pode ser o ponto de partida dessas coisas quando você fala de cometas, de chuva de meteoros. Dentro disso, você pode fazer um link. O que é a chuva de meteoros? Assim, você consegue colocar conteúdos, mesmo que sejam conteúdos ilustrativos, que você não faça cobranças desses conceitos, porque a matemática por trás disso é muito mais complexa do que o que a gente pode desenvolver no nível médio”, explicou o docente.
Quando se trata de Física Nuclear no meio acadêmico, a figura muda de lugar. Ela deixa de ser um aparato ilustrativo extracurricular e passa a ser uma ferramenta da Astrofísica. “Na universidade, a Física Nuclear é uma ferramenta da Astrofísica. Quando falamos de formação estelar, morte das estrelas, a gente não consegue ir lá e fazer um laboratório para estudar esses eventos. Então, o que fazemos é nos utilizar da Física Nuclear. Observam-se os astros e, com esses dados experimentais, criamos modelos para entender os fenômenos que estão lá. E esse modelo matemático é aplicado para podermos fazer o cálculo teórico daquilo que se vê experimentalmente”, completou Ferreira.