Informar, visibilizar e transformar. Com esse lema, a 2º edição da Semana Jornalismo Importa teve início na manhã desta terça, 15, no campus de Vitória da Conquista. Com uma programação ampla, o evento busca discutir temáticas relevantes na sociedade atual, capazes de interferir no cotidiano do jornalista e, consequentemente, no processo de elaboração e difusão da notícia.
Duas mesas de discussão marcaram o início da Semana. A primeira trouxe o debate sobre a importância de se pensar grupos sociais oprimidos e suas representações na mídia, como as mulheres, os negros e os gays. A segunda discussão do dia destacou os 70 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos e trouxe memórias e implicações da Ditadura Militar no Brasil.
As opressões sociais foram debatidas na primeira mesa da Semana
Entre os convidados, estava presente o pesquisador Murillo Nonato, graduado em Comunicação Social pela Uesb. Para ele, o jornalismo tem também o papel de agente educador dentro da sociedade. “O nosso papel é desmitificar certos conceitos. Se você tem um espaço amplo que alcança milhares de pessoas e você entra com um discurso que é contranormativo, explicando por que existem as diferenças de corpos, gêneros e identidades sexuais, você está fazendo um papel de educação, propagar o respeito à diversidade”, defendeu Nonato, que trouxe parte da sua pesquisa desenvolvida no Mestrado em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Coordenadora do evento, a professora Carmen Carvalho explicou a importância desse momento para repensar o papel do jornalista no dia a dia. “É preciso que o jornalista desconstrua certos conceitos que estão no cotidiano, sendo defendidos por alguns grupos e referendado pela mídia hegemônica. Então, a gente precisa discutir isso para poder elaborar um conteúdo que saia do acontecimento fenomênico e explique as particularidades de cada fato, dando a possibilidade de que o público compreenda, de forma mais ampla, as causas e consequências de cada acontecimento”.
Segunda mesa de discussão da Semana
20 anos formando jornalistas na Uesb
Com a primeira turma ingressando em 1998, o curso de Comunicação Social, hoje denominado apenas de Jornalismo, chega aos seus 20 anos de existência. A trajetória do curso foi lembrada na mesa de abertura da Semana, com a participação dos professores José Duarte, um dos fundadores da graduação; Rubens Sampaio, atual coordenador do curso; e de Carmen Carvalho, organizadora do evento.
Sampaio destacou a evolução tecnológica como um dos elementos chave para se entender a mudança do fazer jornalístico e da própria formação de novos profissionais. “O que eu enxergo hoje dessa mudança é exatamente a incorporação das tecnologias. A formação intelectual do jornalista sempre será importante. Mas, hoje em dia, o jornalismo segue um caminho no qual você tem que ser multitarefa, ou seja, você precisa fazer jornalismo para as mais variadas plataformas”, explicou.
O evento conta ainda com uma exposição fotográfica organizada pelos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo, também responsáveis pela Semana. Até sexta, 18, a Semana receberá jornalistas locais e de outras cidades, como São Paulo e Salvador, para dialogar sobre a atuação na mídia independente. Além disso, motivados pela Copa do Mundo, a Semana debaterá o jornalismo esportivo.
Exposição fotográfica dos alunos do 2º semestre de Jornalismo