Com o tema “Ciência, crise social e ambiental: perspectivas para um futuro inclusivo”, o 28º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica encerra suas atividades nesta sexta, 1º. O evento busca discutir, no âmbito acadêmico, o papel da ciência na sustentabilidade do planeta e de que forma os projetos de pesquisa podem contribuir com os objetivos que vêm sendo debatidos, mundialmente, em torno da preservação do planeta.
Conforme pontua o professor Robério Rodrigues, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proppi), o próximo desafio da pesquisa na Uesb é associar os projetos submetidos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Robério acredita que não há uma dificuldade de cumprir isso na Universidade, pois “tem vários objetivos que falam sobre erradicação da pobreza, combate à fome, agricultura sustentável, produção sustentável, educação de qualidade, combate à desigualdade de gênero. Então, só esses cinco que eu citei aqui, você já consegue associar em projeto da Agronomia, Zootecnia, Humanidades, por exemplo”, afirma.
O pró-reitor ainda explica que é necessário “entender como é pensada a preservação da vida humana na Terra, porque, na verdade, o que está em jogo é a capacidade desse planeta ser habitado daqui a 50, 100 ou 200 anos. E aí, esse desafio de construir ciência, de construir pesquisa em conjunto entre alunos e orientadores”, finaliza.
Caminho para o pesquisador – Para além da discussão central, o Seminário é uma importante ferramenta para o fortalecimento da produção e divulgação científica na Uesb. Nele, alunos de graduação socializam as pesquisas realizadas durante a vigência do curso. Samara Vilar, aluna do 8º semestre do curso de licenciatura em Matemática, em Jequié, destaca que a Iniciação Científica (IC) é um grande impulsionador do seu desempenho acadêmico. “Me motivou não somente a realizar a pesquisa, mas também o meu desempenho nas próprias disciplinas do meu curso”, explica.
A aluna pretende se inscrever em programas de pós-graduação da área e, de acordo com ela, a IC oportuniza a continuidade de uma carreira como pesquisadora. “Gostaria de destacar a importância de desenvolvermos trabalhos inéditos na Iniciação Científica e sempre buscar ‘o que é que vocês podem contribuir dentro da área que vocês estão trabalhando?’”, complementa Samara.
Iniciar a pesquisa na graduação para realizar um curso de Pós-graduação também foi o caminho trilhado por Caio Ceza, graduado em Ciências Biológicas. O biólogo, atualmente, realiza o curso de pós-doutorado no Programa de Ciências Ambientais, campus de Itapetinga, e pesquisa a influência da urbanização sobre a diversidade de microalgas no Rio Catolé, ao longo da cidade de Itapetinga. Em seu trabalho, ele avalia as algas como indicadoras da qualidade da água, associando com o pH, com o oxigênio dissolvido, com condutividade, com a série de parâmetros fisico-químicos da água.
Segundo o pós-doutorando, não foi só conhecer novos profissionais e um outro olhar sobre os temas pesquisados que contribuíram com sua formação. Foi, também, melhorar a escrita e a leitura. “Agora, mesmo no pós-doutorado, como eu auxilio alguns professores nas disciplinas, a gente acaba vendo a diferença entre um aluno que realmente participou de uma Iniciação Científica antes e um aluno que não participou. Vemos a diferença até no desenvolvimento dos projetos”, pontua Ceza.
O evento é realizado nos campi de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista da Universidade, e conta com a participação dos estudantes bolsistas e voluntários do Programa de Iniciação Científica. Durante o evento, são realizadas comunicações orais dos trabalhos desenvolvidos em projetos de pesquisa científica e tecnológica, orientados por professores pesquisadores do Universidade.