Entendendo a importância de se discutir a estrutura e a forma como vem sendo conduzida a educação do campo, o Programa de Pós-Graduação em Ensino junto ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação do Campo (Gepec) promoveram a 2ª edição do Seminário em Educação do Campo e Pesquisa do próprio Programa. Realizada no campus de Vitória da Conquista, a iniciativa reúne uma série de formatos para pensar sobre o tema.
Por meio de uma abordagem que dialoga com diversas áreas, a abertura do evento contou com a presença de diversas autoridades da região na área da Educação, sobretudo aquela voltada para o campo. “Momentos como esse nos trazem a possibilidade de discutir e problematizar questões relacionadas à educação no campo, estabelecendo oportunidades de análise da formação do cidadão no espaço aos quais ele está vinculado social, econômica e culturalmente”, analisou a professora Gleide Pinheiro, pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da Uesb, que deu início à mesa de abertura do Seminário.
Outra presença na mesa foi a professora Luciene Rocha, coordenadora do Fórum Municipal de Educação do Campo de Vitória da Conquista, que destacou a importância de ver a Universidade pautando essa questão diante do cenário atual. “Precisamos muito desse apoio para discutir a educação do campo, uma vez que as políticas públicas não vêm chegando até nós da forma que deveria. Sem o apoio da Universidade, a gente não consegue dar sustentação a essa modalidade de ensino, que é tão necessária para os nossos habitantes do campo”, lembrou Rocha.
Abordagem ampla – Organizadora do evento, a professora Fátima Moraes reforçou que falar sobre educação do campo é falar de um leque de temáticas nas mais diversas áreas: “quando a gente discute educação do campo, a gente pode estar discutindo meio ambiente, sustentabilidade, currículo, formação de professor, o trabalho no campo, os modos de produção no campo”.
Moraes pontuou ainda que as escolhas das discussões do Seminário foram adequadas às demandas atuais da educação do campo. “No Brasil inteiro, tem havido um movimento, ainda que concomitante à aprovação das resoluções da educação do campo, de fechamento de escolas. Entendemos isso como um processo de exclusão da educação do campo e isso acaba fazendo com que muitas famílias saiam do meio rural, migrando pras cidades”, apontou.
Com esse processo de migração, outras questões sociais serão refletidas também no meio urbano, segundo a professora. “Quando você fala da educação do campo, você também está falando dos problemas da cidade. Esse processo de migração provoca o inchaço do meio urbano, que traz ‘n’ outras conseqüências, como o desemprego, a violência, o empobrecimento. A escola do campo acaba agregando um número muito grande de elementos que é a favor dela”, defendeu Moraes.
O Seminário segue até sábado, 27, com apresentações artístico-culturais, rodas de conversa, apresentação de pesquisas do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Feira Agroecológica, terapias de cura, palco aberto etc. Confira a programação completa no site do evento.