Foi realizado nos dias 9 e 10, no campus de Jequié, o 2º Seminário Racismo e Suas Faces. O evento buscou fomentar um diálogo crítico sobre a importância da educação antirracista e do reconhecimento do povo negro como protagonista da construção da nação brasileira. Para isso, durante os dois dias da atividade, foram realizadas palestras, mostras artísticas-culturais e rodas de conversas.
“Esse seminário foi pensado para abrir espaço para a comunidade interna e externa à Universidade sobre as diferentes faces que o racismo assume em nosso cotidiano, por isso, as rodas de conversas, onde os participantes puderam ficar mais próximos dos palestrantes e interferir nos diálogos”, explicou o coordenador do seminário, profº Silvano da Conceição.
Liu Gomes, integrante do movimento social “Reaja, ou será morta!”, foi uma das palestrantes do evento. Ela iniciou sua fala sobre o conceito de genocídio do povo negro. Em seguida, falou sobre a experiência da Escola Comunitária, fundada em 2016, no bairro Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Segunda ela, a escola surgiu com a intenção de se construir um tipo de educação para pessoas pretas por pessoas pretas, no sentido de garantir autonomia política, pedagógica, financeira e ideológica para formar as crianças da comunidade.
“Agradeço a Uesb pelo convite e saliento a importância desse tema até porque vivemos num país em que a sua existência é baseada numa estatística de prisão e mortes de pessoas pretas. Nossa experiência é uma escola fora do padrão, inclusive funcionamos em turno oposto, Nossa pedagogia é pensar numa formação de exército com crianças conscientes da sua condição racial”, afirmou Liu Gomes.
A professora do município de Jitaúna, Lucineide de Almeida da Silva, mestranda do curso de Relações Étnicas e Contemporaneidade da Uesb, participante do evento, destacou a relevância da temática abordada no Seminário. “Além de ter meu lugar de fala como mulher, negra, professora, mestranda, acho necessário e de estrema urgência debater e dialogar um assunto que, muitas vezes, é camuflado. Quando retornarmos aos nossos lugares, levaremos mais conhecimentos”, salientou Silva.
Muitos alunos de escolas públicas prestigiaram o Seminário sobre Racismo. Aluna do Ensino Médio do Colégio Estadual Dr. Milton Santos, Emanuelly Oliveira Rocha, elogiou o evento destacando a bagagem de conhecimentos sobre a temática no aspecto mental e do dia a dia da vida. “Isso ajuda a conviver o dia a dia na sociedade”, lembrou.