Os servidores de uma instituição são um dos seus maiores patrimônios. As histórias se entrelaçam de tal forma que, contando a trajetória de uma, não tem como não passar pela trajetória do outro. Contar essas narrativas traz à memória lembranças de alegria, luta e partilha. Rememorar esse passado faz ter ainda mais orgulho do presente e mais responsabilidade com o futuro.
Edilza Moreira Lago lembra a data que ingressou na Uesb: 19 de agosto de 1985. Em suas lembranças também está presente o fato de que, naquela época, a Instituição ainda era a Faculdade de Formação de Professores de Jequié. Tendo desenvolvido suas atividades nos serviços gerais, mecanografia e protocolo, hoje, ela exerce sua função na Biblioteca Jorge Amado, onde está há 16 anos, e afirma se sentir muito bem com os colegas, “como se fosse uma segunda família”.
A servidora, que se dedica à Instituição há 34 anos, conta sobre a importância da Universidade para a sua vida. “A Uesb contribuiu para minha capacitação através de cursos que foram importantes para exercer melhor as minhas atividades. Esses anos foram de aprendizados, onde pude aprender e também passar um pouco da minha experiência para meus colegas”. A Universidade ainda faz parte do cotidiano de Edilza, mas ela já sente a necessidade de descansar. “Mesmo sabendo que sentirei falta do trabalho e dos colegas, a aposentadoria é um direito essencial, pois chega um tempo que é preciso se desligar dando oportunidade para pessoas novas”, declara.
Em 1983, Maria Dalva Rosa Silva ingressou na Uesb como secretária do então Departamento de Administração, no campus de Vitória da Conquista. Antes dessa experiência, ela chegou a iniciar a licenciatura em Letras, na Faculdade de Formação de Professores. Essa trajetória demonstra a longa história que ela, conhecida como Dalvinha pela maioria dos colegas da Instituição, vem construindo ao longo de mais de 36 anos com a Uesb. Uma Instituição que lhe permitiu crescer enquanto profissional e ser humano. Um lugar que lhe deu colegas de trabalho que se tornaram amigos e os quais ela tem certeza que levará para a vida, mesmo fora dos muros institucionais.
Dalvinha, que, desde 2007, desenvolve suas funções na Edições Uesb, mas já passou por setores como Gerência Administrativa, Gerência Acadêmica e Gerência de Recursos Humanos, está finalizando um capítulo da sua história. Há mais de cinco anos, ela já estava em condições de solicitar aposentadoria, mas afirma que não passava pela sua cabeça, pois não se imaginava distante desse lugar que a acolheu e que considera como sua segunda casa. Hoje, a aposentadoria é uma realidade, que se apresenta como algo próximo e desejado. “Já contribuí muito, eu tenho consciência que fiz minha parte. Vamos deixar agora para os jovens que estão entrando”, reconhece.
Maria Dalva lembra o início de suas atividades na Uesb e diz que o que mais sente falta é das relações próximas que foram estabelecidas no início de sua jornada. “Éramos muito próximos. Por ser uma instituição ainda pequena, o vínculo era muito maior. Nós conhecíamos todos”. Hoje, em virtude do tamanho da Universidade, que cresceu exponencialmente, ela afirma que as relações mais próximas são construídas apenas com os colegas de setor. “A gente já não se conhece mais. Pela quantidade de pessoas, a gente acaba tendo mais contato com os colegas do setor ou de área, porque tudo cresceu, tudo ampliou”.
História semelhante à de Maria Dalva é a de Adalice Gustavo Silva. Quando chegou em Itapetinga, em 12 de agosto de 1982, data que foi admitida na Uesb, a bibliotecária encontrou uma Instituição que estava dando os seus primeiros passos. “Foi um começo pequenininho, um embrião mesmo”, lembra a servidora que acompanhou a história da Uesb na cidade desde a implantação do primeiro curso. Adalice é formada em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), e já desenvolveu diversas funções na Biblioteca da Uesb, em Itapetinga, onde está desde o início de suas atividades na Universidade.
Nas lembranças da servidora ainda está viva a memória de como era a biblioteca no início. Ela conta que eram apenas duas estantes e o setor funcionava em um salão no Colégio Agroindustrial, no qual ficavam também a diretoria e a secretaria do campus. Adalice lembra, ainda, que a primeira vez que a biblioteca teve um espaço mais amplo foi com a construção do Módulo de Salas de Aula do campus Juvino Oliveira, quando o setor passou a ocupar o espaço de três salas. Ela conta a história da Uesb misturando a sua própria história e com empolgação fala sobre a inauguração do prédio que hoje funciona a Biblioteca Regina Célia Ferreira Silva e do crescimento da Instituição, que, segundo a servidora, “foi crescendo com o esforço de todos”.
A família de Adalice ainda está em Salvador, mas ela considera que seu lar é mesmo em Itapetinga, lugar onde conquistou amigos e fixou moradia. Ela, que foi agraciada com o título de cidadã itapetinguense, já alcançou o tempo para solicitar aposentadoria, mas com carinho afirma que a vida dela está na Uesb e considera que ainda está ativa, pois o trabalho é revigorante: “gosto do que eu faço, é um prazer para mim, e meu projeto é continuar trabalhando. Até quando der, até quando eu puder”.
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