Acompanhar o início de tudo. Testemunhar o desenvolvimento e a conclusão de ciclos educacionais que transformam a vida das pessoas. Às vésperas do seu 40º ano, a Uesb não só carrega as marcas da história como também reúne diversas trajetórias de mãos que chegaram jovens e saíram com as marcas do tempo.
“Datilografei o processo de reconhecimento do curso de Ciências, habilitação em Matemática, e secretariei a formatura da primeira turma. Durante 32 anos, fui servidora. Praticamente metade da minha vida foi vivida na Uesb. Cheguei com o segundo grau e me aposentei doutora”, conta Irlândia Rocha.
Durante essa trajetória, a servidora atuou como secretária, subgerente, coordenadora e, encerrando suas atividades na Instituição, como diretora do Museu Regional de Vitória da Conquista – Casa Henriqueta Prates. Mais do que isso, Irlândia esteve à frente de projetos como o ”Repensando Nossa Juventude Acumulada”, direcionado à população idosa que, em 15 anos, atendeu diretamente mais de 2000 pessoas; e o Polo Arte na Escola, projeto piloto para qualificar arte educadores de Vitória da Conquista e região, que chegou a ser premiado quatro vezes por sua atuação.
“A marca maior é quando o arte educador me diz: estou fazendo a diferença na minha escola ou quando aquela idosa que participou do projeto diz que sua vida melhorou, que ela se descobriu capaz de fazer algo, ou a outra que não teve mais depressão, pois encontrou um sentido para sua vida”, relata a servidora que deixou marcas relevantes também na comunidade.
Antes de aposentar, em 2017, Irlândia lançou dois livros pela Edições Uesb: “Memória, Espaço Asilar e Representações: um estudo sobre narrativas de idosos” e “Velhice, Planificação e Políticas Públicas”. A oportunidade e valorização dos seus estudos marcaram a servidora: “a Instituição me proporcionou todas as condições possíveis para crescer, a liberdade para realizar os projetos que escrevi e o reconhecimento pelas minhas pesquisas”.
Hoje, mesmo aposentada, Irlândia se mantém em atividade e defende que a bagagem que acumulou deve ser aproveitada. Ela continua realizando pesquisas e fazendo palestras sobre a pessoa idosa, a serviço da URCI, instituição de ensino superior internacional. “Identificando-me com a missão e visão da Uesb, trabalhar nela sempre foi um prazer. Sinto-me à vontade para dizer que ajudei a construir a Universidade e cresci com ela”, destaca.
Missão cumprida e descanso merecido – A aposentadoria assinala o período de afastamento remunerado do trabalhador após cumprir requisitos estabelecidos pela legislação. Para quem se dedicou tantos anos a atividades que deram sentido à sua vida, esse período chega marcado pela gratidão. Foi assim que definiu Elza Lopes. “Posso afirmar que é como se tivesse realizado todo o meu currículo na Uesb. Ela faz parte de minha vida como uma mãe e mestra”.
A história da sua atuação na Universidade está intimamente ligada à própria história pessoal. “Foram 36 anos, um mês e alguns dias de serviços prestados com muita satisfação. Nesse período eu casei, tive um casal de filhos. Eles cresceram, formaram família e, hoje, já sou avó de duas netas”, relata emocionada.
A formação de Elza também expressa essa ligação. Enquanto no trabalho de conclusão do curso de Administração realizou um estudo de caso sobre a percepção dos servidores administrativos do campus de Jequié e a estrutura de Recursos Humanos da Instituição, na pós-graduação, estudou o comprometimento organizacional dos servidores. Segundo ela, ao aspirar uma vida tranquila para sua família, encontrou na Universidade um caminho de concretização. “A vida proporcionou a realização desse sonho junto à Uesb, onde não só trabalhei, mas vivi, convivi e aprendi com os mestres e, acima de tudo, com o alunado que, a cada semestre, chegava cheio de sonhos e expectativas positivas”, lembra Elza.
Para a servidora aposentada, os vestibulares sempre foram atividades em que gostava muito de atuar. Além disso, as recordações dos primeiros anos na Uesb são especiais. “O clima de amizade e companheirismo. Ainda com poucos cursos, todos se conheciam. As confraternizações tinham clima familiar, os amigos ocultos, homenagens e despedidas dos colegas, cafés da manhã ou lanche em alguns setores. Foram momentos ímpares para meu crescimento pessoal e profissional”, recorda.
Atualmente, Elza ainda se mantém ligada à Uesb, participando do Núcleo Interdisciplinar de estudos e extensão em cuidados à saúde familiar em convibilidade com doenças crônicas (Niefam). Com atividades físicas, fisioterapia e acompanhamento da saúde, ela considera a relação com o Núcleo um presente de aposentadoria.
“Me sinto realizada por ter tido a oportunidade de ser esse grãozinho de areia no oceano que é a Uesb. Aposentei feliz e satisfeita com a sensação do dever cumprido. A palavra que me define nesse momento da vida é gratidão. Não tem coisa melhor do que gostar do que faz, onde e com quem faz, porque trabalhar não se torna um fardo árduo. Fui muito feliz na Uesb”, assina Elza.
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