Nesta quinta, 26, no pátio do Pavilhão Administrativo Professor Milton Rabello, campus de Jequié, a comunidade acadêmica se reuniu em mais uma atividade da Campanha de Valorização da Vida no Setembro Amarelo da Uesb. A Roda de Conversa sobre o tema foi realizada com a presença da psicóloga Juciana Costa e do psiquiatra Anderson Fábio Weber, além da equipe do Serviço de Enfermagem, Médico e Odontológico (Seemo) da Universidade.
Ao abrir o evento, a enfermeira Maria Odete Gusmão, coordenadora do Seemo, falou da importância da Campanha. “A gente está vendo que o número de suicídios, número de [pessoas com] ansiedade está muito grande, principalmente aqui em Jequié. Então, a gente teve essa iniciativa de fazer essa Roda de Conversa, onde os alunos podem tirar dúvidas com o psiquiatra, com os psicólogos”. Ela explicou ainda que a ação é realizada em conjunto com os três campi, e, em Jequié, contou com a participação de psicólogas da Universidade.
A psicóloga, que integra a rede pública municipal, Juciana Costa, falou sobre a depressão, suas causas e seus efeitos. Na oportunidade, também ressaltou a parceira estabelecida com a Universidade. “A Uesb tem prestado serviço para nossa unidade de saúde, de uma importância imensa. A gente tem desenvolvido o tema desse mês, sobre suicídio, nas escolas e unidades básica de saúde, nos próprios CAPs, com os usuários, da importância dos vínculos afetivos. A depressão está matando e incapacitando as pessoas e é o transtorno que mais leva ao suicídio”, afirmou.
O psiquiatra e professor do curso de Medicina, Anderson Fabio Weber, trouxe números da doença que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), já pode ser considerada uma epidemia mundial. “A gente tem uma epidemia de doenças mentais que já está sendo estudada pela OMS. Nós temos uma alta taxa de suicídio no mundo todo, em crescimento no Brasil (cerca de 18%). São 11 mil pessoas que se matam por ano, no Brasil, 1 a cada 40 minutos; e no mundo são mais de 1 milhão de pessoas se matam, 1 a cada 40 segundos. Isso, sem considerar as tentativas de suicídio, onde os números podem ser 200 vezes maiores”, relatou.
Para ele, ações com essa da Uesb são cada vez mais bem-vindas. “Diante de todas essas doenças que vêm aumentando, cada vez mais é importante falar sobre o suicídio, falar sobre doença mental, [o que] causa nas pessoas. É um impacto grande orientar as pessoas a procurarem ajuda, a identificarem pessoas que estão sob risco. E nada melhor do que falar sobre esse assunto para melhorar essa situação em que vivemos”, concluiu o psiquiatra.