A abordagem do ensino de Geografia na Educação Básica foi uma das temáticas discutidas durante o 7º Simpósio de Ensino de Geografia, realizado nesta terça, 11. No encontro, elementos que constroem a formação do docente em Geografia foram inseridos na discussão entre os discentes do curso de Geografia da Uesb.
A atividade é fruto de um compilado de trabalhos realizados durante o ano nas escolas públicas e particulares de Vitória da Conquista, com o objetivo de levar as novas tendências e dinâmicas que são importantes para o ensino da disciplina. Segundo a professora do Departamento de Geografia da Universidade, que também conduziu a atividade, Miriam Clea Coelho, uma das preocupações atualmente é a abordagem da disciplina na sala de aula.
Para ela, apesar dos avanços conquistados no ensino de Geografia, ainda há muita confusão quando os conceitos básicos se relaciona com outras áreas. “A Geografia é uma ciência que possui uma interface muito grande com outras ciências, isso é positivo e muito bom, mas ao mesmo tempo gera uma certa confusão na abordagem. O que nós observamos é que os temas não são tratados com uma abordagem geográfica, pois muitas vezes o professor prioriza uma abordagem sociológica, histórica, econômica e não consegue estabelecer uma relação desse conjunto de temas com o processo de formação territorial ou espaço geográfico”, pontua a docente.
Além dessa discussão, a Reforma do Ensino Médio foi outro tema abordado. De acordo com a coordenadora do evento, a professora Adriana David Ferreira, umas das grandes preocupações na Reforma é a união da disciplina de Geografia com outras áreas. “Com a confirmação da Geografia como componente curricular somente até o nono ano, no Ensino Médio, a Geografia perde o status de componente curricular e passa a ser diluída para uma grande área, que é a de Ciências Humanas. Então, com a aprovação da nova base, surge essa preocupação de como vai ficar o ensino da Geografia diante dessa nova proposta do Ensino Médio”, diz a coordenadora.
Diante desse cenário, o diretor do Departamento de Geografia, o professor Jânio Roberto Diniz, defendeu a presença dos alunos nos espaços sociais e geográficos, durante a abertura do evento. “O trabalho de campo é de extrema importância nas cidades, nos municípios e também na região. Enquanto na academia fazemos os trabalhos teóricos, é de suma importância os alunos realizarem trabalhos nos espaços geográficos para compreenderem essa dimensão”, afirma o professor.