Presente de forma intensa na vida social, a tecnologia passa por revoluções há séculos. Hoje, as discussões chegam em torno das chamadas tecnologias 4.0, nas quais é possível identificar, por exemplo, a internet das coisas e a utilização da inteligência artificial em atividades do dia a dia. Para debater os desafios dessa realidade, teve início nesta terça, 5, a 12ª edição da Semana de Computação da Uesb, no campus de Vitória da Conquista.
Segundo o professor Roque Trindade, coordenador do evento, a maneira do homem lidar com o trabalho muda a partir dessa realidade tecnológica. “Agora, a gente está trabalhando com inteligência artificial, onde as máquinas estão tomando decisão, a automatização do processo. Infelizmente, a melhora não vem para todos. A coisa boa é que a máquina trabalha pelo homem, mas uma coisa que é ruim é que ela ganha postos de trabalho”, apontou o docente.
Na programação, o assunto ganha espaço em palestras e rodas de conversas. Além disso, a Semana se mostra conectada com os interesses dos jovens cientistas da computação. Maratona de programação, oficinas de games e desenvolvimento, competições, mostras de robótica e até casas inteligentes integram as ações pensadas para o evento neste ano.
Tecnologia aplicada – Como forma de contribuir para a realidade da agricultura, sobretudo na produção cacaueira, um sistema de auxílio à produção de cacau gourmet vem sendo desenvolvido pelo professor Jauberth Weyil Abijaud, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Para compartilhar esse sistema, que conta com o suporte das tecnologias IoT e Blockchain, o pesquisador realizou a palestra de abertura da Semana.
Segundo ele, a proposta surge de uma identificação da necessidade de aperfeiçoamento no processo produtivo do cacau, fruto típico da região onde a Universidade está inserida. “Dentre as aplicações possíveis, a gente identificou que o setor de agricultura precisava de sistemas mais modernas, que pudessem acompanhar a produção. A nossa proposta é trazer a internet das coisas, com sensores e atuadores, para aperfeiçoar esse processo de produção de amêndoas finas”, explicou Abijaud.
A pesquisa é fruto da pesquisa de doutorado do professor junto à Universidade Federal da Bahia (Ufba) e conta com a parceria e investimento de uma fazenda da região. Três protótipos do sistema já foram aplicados e o interesse de outros produtores vem crescendo. “Vamos estar colaborando muito com esse pessoal não no sentido de tirar o emprego do trabalhador, mas de dar uma ferramenta para que ele possa trabalhar melhor”.
A 12ª Semana de Computação segue até quinta, 7. Confira a programação completa aqui.