Professor Wagner Soares, de terno preto, recebendo a premiação do Instituto Latino-Americano de Ensino Superior

O professor Wagner Soares, do Departamento de Saúde 2, campus de Jequié, recebeu, no último mês de novembro, um prêmio do Instituto Latino-Americano de Ensino Superior (Iesla). A tese de doutorado do docente, intitulada “Caracterização in silico da inibição da atividade do complexo IKK-β por compostos isolados em espécies do gênero Annona (Annonaceae): Implicâncias na bioprospecção de novos Agentes anti-inflamatórios”, foi premiada como um dos cinco melhores trabalhos científicos na área de Ciências Biomédicas, na categoria trabalho acadêmico-científico de 2019.

De acordo com o professor, a tese teve como objetivo avaliar, utilizando ferramentas virtuais (in silico), o efeito inibitório dos compostos químicos isolados de espécies do gênero Annona, descritas no Brasil sobre complexo IKK-β (enzima quinase reguladora do fator nuclear kappa-β). O principal impacto desse estudo foi a descoberta de moléculas naturais que podem competir tanto com medicamentos anti-inflamatórios usados no mercado, tais como o ácido acetilsalicílico (aspirina, mesalazina e sulfasalazina), quanto com inibidores sintéticos desenvolvidos pela indústria farmacêutica, para atuar seletivamente sobre a IKK-β.

“Este alvo molecular é muito promissor, pois está envolvido nos processos inflamatórios (agudos e crônicos) além de doenças auto-imunes, apoptose e no câncer. As espécies do gênero Annona são conhecidas pelo seu grande potencial farmacológico (inseticida, antioxidante, anti-tumoral), contudo existem poucos registros na literatura científica sobre suas ações anti-inflamatórias” afirmou o professor.

O Brasil é o principal centro de distribuição geográfica deste gênero, apresentando 82 espécies com descrição botânica, distribuídas em todos seus biomas. Essas moléculas naturais apresentaram características físico-químicas, farmacocinéticas, farmacodinâmicas e ausência de toxicidade nas predições in silico (computacionais), configurando-se como promissores protótipos para desenvolvimento de novos fármacos anti-inflamatórios.

“Receber um prêmio desse nível é importante como fonte de motivação para continuar trilhando o caminho na pesquisa científica na área de Química Medicinal, auxiliando, desta forma, na formação de recursos humanos (mestres e doutores) e contribuindo para o crescimento da pesquisa científica dentro da Uesb” destacou o professor. “Apesar de tantos desafios e dificuldades orçamentárias, enfrentados pelo pesquisador brasileiro, mantemos a criatividade e a capacidade produtiva que nos leva a produzir trabalhos científicos de qualidade e impacto internacionais”, concluiu.