Mais de 250 docentes dos três campi estão inscritos no Encontro

Com foco na organização pedagógica do próximo semestre letivo e na formação continuada dos seus professores, a Uesb deu início nesta terça, 18, à 4ª edição do Encontro de Planejamento Pedagógico da Graduação. O evento reúne mais de 250 docentes da Instituição e acontece nos campi de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista.

Nesta edição, as possibilidades e estratégias formativas em torno da extensão universitária na graduação ganham o centro do debate. Isso porque, em 2024, a Uesb aprovou uma Resolução que define a obrigatoriedade da extensão nos currículos de todos os seus cursos de graduação.

Abrindo a discussão do Encontro, no campus de Vitória da Conquista, o evento recebeu o professor Helder Eterno da Silveira, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O docente explica que um processo de formação profissional completo envolve muitas dimensões, como a teórica, a instrumental, a ética, a estética, a prática, a investigativa, mas faltava a dimensão sociorrelacional no currículo. “A extensão é para trazer o sentido comunitário para aquilo que nós somos. A universidade não é uma ilha. Ela não está apartada da sociedade”, pontua.

Helder ainda completa dizendo que o papel da extensão é, também, o papel de instituição pública financiada pela sociedade. “A gente não vai se aproximar da sociedade, a gente está trazendo o sentido social para dentro dela. Trazer esse sentido é também ouvir as pessoas, ouvir a comunidade do entorno e perceber quais são os grandes dilemas enfrentados para que a gente atue nesse enfrentamento”, defende.

O professor Helder Eterno, da UFU, foi responsável pela conferência de abertura em Conquista

Curricularização – A partir da Resolução 047/2024, a Uesb tornou obrigatório que, no mínimo, 10% das atividades curriculares de todos os cursos de graduação sejam dedicadas à extensão. Segundo o professor Reginaldo Pereira, pró-reitor de Graduação da Instituição, atualmente, os cursos estão passando por um processo de atualização dos seus projetos pedagógicos, visando atender essa normatização.

“Este é um ano de adequações e planejamento dos cursos, a partir do acompanhamento e orientação das Pró-Reitorias de Graduação e de Extensão. Nesse período, acontece um levantamento e diagnóstico das demandas que vão surgir para os cursos, bem como uma organização do orçamento da Universidade”, explica o gestor.

A partir do semestre letivo de 2026.1, a curricuralização da extensão será posta em prática de forma obrigatória. “Nesse sentido, elaboramos uma semana de planejamento integrada especificamente para discutir as atividades de extensão e a sua inserção nos currículos dos cursos de graduação”, afirma Reginaldo.

Para o professor Ronaldo Vasconcelos, do campus de Itapetinga, o Encontro é um espaço de compartilhar práticas que auxiliam o processo educacional. Além disso, o docente destaca a importância que a extensão ganha no cenário atual de formação. “A extensão hoje está tendo um reconhecimento tardio e necessário. Quando a universidade faz a pesquisa, ela trabalha para a sociedade, mas quem vai levar a informação dos resultados da pesquisa, das mudanças, de uma proposta nova, é a extensão”, aponta Ronaldo.

Em Itapetinga, a professora Ana Inês Sousa, da UFRJ, fez a conferência de abertura

O Encontro – Com conferências, mesas-redondas e espaços para relatos de experiências, o Encontro de Planejamento Pedagógico reúne professores com expertise em fazer extensão. Durante a programação, a Uesb recebe profissionais da UFU, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bem como da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Em Itapetinga e Vitória da Conquista, as atividades foram realizadas nos dias 17 e 18 de fevereiro. Já em Jequié, o Encontro aconteceu nos dias 18 e 19 de fevereiro. A programação completa está disponível no site do evento.