No mês de junho, a Uesb, por meio da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), em parceria com a Assessoria de Acesso, Permanência Estudantil e Ações Afirmativas (Aapa) e com a Coordenação de Educação a Distância (EaD), lançou o “Questionário Diagnóstico sobre Acessibilidade às Tecnologias Digitais na Uesb”. Voltada para estudantes e professores da Instituição, a pesquisa buscou fazer um levantamento das condições de acesso às tecnologias digitais para subsidiar um debate sobre as possibilidades de execução de atividades pedagógicas não presenciais no atual contexto de distanciamento social.
Para o professor Reginaldo Pereira, pró-reitor de Graduação, a pesquisa foi relevante, pois seu resultado trouxe uma amostragem da realidade de docentes e discentes da Universidade. Além disso, “essa pesquisa nos traz alguns dados importantes que mostram que há uma sinalização de parte da comunidade acadêmica quanto à possibilidade de retomada do Calendário Acadêmico 2019.2 a partir de atividades pedagógicas não presenciais mediadas por tecnologias, o chamado ensino remoto emergencial”.
Segundo os dados do levantamento, 55,8% dos alunos graduação que responderam o questionário são favoráveis à continuidade do semestre letivo 2019.2, enquanto durar a necessidade de distanciamento social, com a possibilidade de trabalho remoto. Já 54,5% dos estudantes de cursos de pós-graduação consideram adequado dar continuidade, ainda que parcial, às atividades de ensino por meio de plataformas digitais. Quanto aos docentes, 76,6% afirmaram ser favoráveis à realização de atividades remotas para dar prosseguimento ao semestre letivo 2019.2.
Ainda de acordo com o pró-reitor, os dados levantaram outras questões importantes. Para as atividades pedagógicas não presenciais acontecerem de forma efetiva, é necessário que a Instituição trace estratégias, buscando viabilizar, por exemplo, que alunos que não têm acesso à internet ou não possuem equipamentos não sejam prejudicados. “Isso exige de nós planejamento para dar as condições necessárias de inclusão desses estudantes, para que, efetivamente, caso o ensino remoto seja aprovado no Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, a gente garanta a equidade na participação de todos os nossos alunos”, destaca o professor.
“Do ponto de vista do professor, existe um percentual que não tem habilidade ou experiência com tecnologias digitais ou ambientes virtuais de aprendizagem. Isso exige que nós, Prograd e coordenação da EaD, organizemos processos formativos, como cursos, minicursos, workshops, tutoriais para dar todo apoio pedagógico e formativo a esses professores”, completa o pró-reitor.
Ele reforça ainda que esse planejamento para viabilização do ensino remoto emergencial, caso aprovado, envolverá a participação de entidades estudantis, professores, colegiados, departamentos, para que as decisões sejam tomadas de forma democrática. “Entendemos que essa retomada é algo importantíssimo para a nossa Instituição, para os nossos professores e para os estudantes. Voltar a estudar, pesquisar, ler, discutir, escrever é uma forma que favorece também a saúde emocional. Voltar a estudar é algo significativo para a nossa vida, principalmente, em tempo de pandemia”, finaliza.
Sobre a pesquisa: Essa ação faz parte do trabalho do Subcomitê Emergencial instituído pelo Conselho Superior Universitário (Consu) para estudo da nova legislação sobre atividades de ensino não presenciais na educação superior. Além disso, o grupo busca fazer um levantamento de possibilidades para readequação do calendário acadêmico da Uesb. O questionário tem nível de confiabilidade de 95% e margem de erro de 1,4%, considerando o resultado dos alunos, e de 2,8%, referente às respostas dos professores.