Para contribuir com uma melhor qualificação aos discentes dentro do tripé do ensino, da pesquisa e da extensão, a Uesb vem buscando ampliar suas fronteiras. As estratégias vêm sendo criadas ao longo dos anos, porém, foram reforçadas após a aprovação, em 2022, da Resolução do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) nº 041, que trata da Política de Internacionalização da Universidade.
Uma delas foi a criação da Assessoria de Relações Internacionais (Arint), em 2019. Por meio dessa Assessoria, diversas ações vêm sendo articuladas para fortalecer o processo de internacionalização, como a realização de parcerias com diversas associações, a exemplo do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (Grupo Coimbra). Anualmente, Editais são lançados pelo Grupo para que intercambistas de outros países também possam trocar experiência e conhecimento na Instituição.
De acordo com o atual assessor da Arint, professor Jackson Reis, estabelecer parcerias que aproximem a Universidade com países Africanos e da América Latina tem sido norteador nessa configuração, o que não impede a aproximação com países de outros continentes. “Temos uma diversidade de países e de Instituições deles para que possamos estabelecer convênios. Como alguns já estão em andamento, no próximo ano pretendemos abrir editais próprios de mobilidade para que nossos estudantes também possam fazer o movimento de ida a outros contextos e passarem por essas experiências”, explicou.
São muitas as metas para concretizar os planos de trabalho com esse foco, algumas delas envolvem a produção científica, com publicação em outras línguas e, também, a possibilidade de construir núcleos de línguas estrangeiras na Universidade, devido a variação linguística dentro desse contexto. Além disso, consolidar o comitê de mobilidade junto aos Departamentos e Colegiados, corpo estudantil e Gestão; construir uma política própria para criar editais voltados para a graduação.
No último Edital Coimbra, de 2022, foram selecionados sete estudantes de pós-graduação (cinco do Haiti e dois de Moçambique) vinculados a Programas de Pós-Graduação de diversas áreas. Alex Thimothee realiza o curso de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Há seis anos morando no Brasil, o discente realiza pesquisa, atualmente, na área de georreferenciamento. Entrou na Uesb por meio do Edital Coimbra, em 2022, com a submissão do projeto de pesquisa. A ideia é que possa levar para sua comunidade as técnicas aprendidas no trabalho desenvolvido no Brasil.
Sobre ter escolhido o Brasil, o intercambista afirma que muitos pesquisadores do Haiti dão continuidade aos estudos em países da Europa, como França, Bélgica ou Canadá. Porém, existe uma distância muito grande das questões climáticas desses países como o Haiti, diferente do Brasil, que é semelhante. “Como tivemos essa oportunidade de estudar num país onde o clima é semelhante, podemos agora aplicar na minha região os conhecimentos adquiridos aqui”, pontuou o estudante.
Realizando o curso de Mestrado em Enfermagem na Universidade há cinco meses, a haitiana Kettia Otesma estuda gravidez na adolescência no seu país de origem. Na Uesb, ela vem desenvolvendo habilidades beneficiar a população rural marginalizada do Haiti. A mestranda objetiva implementar uma instituição beneficente voltada para mulheres e crianças. “Também pretendo me envolver na promoção social, pois estou muito motivada a combater o abuso sexual de menores e, além disso, minhas convicções serão fortalecidas em questões que hoje me são muito caras, como planejamento familiar, gravidez precoce em meninas, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), estupro, e etc”, explicou Otesma.
Se você quer saber mais sobre intercâmbio, o discente precisa estar atentos aos editais e suas modalidades, bem como os pré-requisitos estabelecidos em cada edital. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail da Assessoria arint@uesb.edu.br.