Prezar pela saúde envolve também pensar nos cuidados com os animais domésticos e de rua. Isso porque as zoonoses, doenças transmitidas por esses animais aos seres humanos, podem ser evitadas com medidas simples. Para levar esse conhecimento a comunidades de Vitória da Conquista, o Projeto “Ações educativas sobre o cuidado com animais domésticos e de rua para promoção da saúde única” está promovendo, em praças públicas da cidade, uma série de atividades que vão desde a vacinação e vermifugação de animais até a orientação sobre os cuidados com os bichinhos.
O Projeto é iniciativa da professora do Departamento de Ciências Naturais (DCN) Gabriele Marisco e é vinculado ao Grupo de Pesquisa Educação em Saúde, do Programa de Pós-Graduação em Ensino. Ela conta que a ideia surgiu a partir da necessidade urgente de ações com os animais das comunidades periféricas e dos animais de rua, de forma geral. “A gente sabe que atualmente não existem políticas públicas no Brasil específicas para essa situação dos animais. Observamos que o município de Vitória da Conquista tem animais de rua e não existe controle populacional, então os animais se reproduzem muito rápido”, afirmou.
No caso dos cachorros, as fêmeas entram no cio – período conhecido como de alta receptividade sexual – a cada seis meses, e a depender da raça, as ninhadas podem chegar a 10 filhotes. As gatas têm um período ainda mais curto, com o cio ocorrendo em até 30 dias.
Para informar sobre a castração, além de realizar consultas, vacinação e vermifugação dos animais, a ação contou com a presença de agentes da Secretaria Municipal de Saúde e da parceria com o curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FTC). O veterinário e professor do curso Gilmar Lopes falou sobre a importância de aliar teoria e prática para os alunos, e de colocá-los em contato com a vivência da profissão.
“A procura da professora Gabriele Marisco casou com uma ideia que o curso de Veterinária já tinha de levar os serviços médicos veterinários, associados com a conscientização da população, principalmente a população carente. O interessante é que a gente já traz o aluno para ter a vivência de como é a clínica veterinária, como é a Medicina Veterinária como um todo”, destacou.
Na primeira ação do projeto, realizada no bairro Vila América, no último sábado, 26, a comunidade respondeu marcando presença com os animais. Casos como o da moradora Ana Maria Silva, dona de Pituxa (à direita), Laila e Spike – cachorros que foram resgatados da rua por ela. “É muito importante ter esse trabalho aqui pra gente, porque às vezes não temos condição de comprar vermífugo para dar para os animais. Ficamos muito feliz disso estar vindo até a gente, eu agradeço. Estou aqui para aprender mais um pouco, além do carinho que tenho por eles”, contou.
Para a professora Gabriele Marisco, em ações como essa, a Universidade cumpre efetivamente seu papel, pois chega até a população. “A Uesb tem o interesse, apoia os projetos de extensão, para que a gente possa de fato se aproximar da comunidade. O objetivo principal é que a gente consiga atender esses tutores de animais, para que motive as pessoas, leve conscientização e o cuidado, para evitar abandono, maus tratos. A Universidade tem esse papel de aproximar e trazer informações para a comunidade”, concluiu.
O Projeto acontece até o dia 15 de dezembro em outras praças da cidade. Confira aqui a programação.