As disciplinas da área de exatas podem ser um grande desafio para estudantes do Ensino Médio, e essa dificuldade tende a se intensificar na graduação. Muitos alunos ingressam no ensino superior com defasagens em conteúdos essenciais, o que pode impactar seu desempenho acadêmico.
Pensando em minimizar essa situação, o Colegiado do curso de Engenharia de Alimentos, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências de Alimentos (PPGCal), campus de Itapetinga, está oferecendo, nesta primeira semana de volta às aulas, um curso de pré-cálculo.
Voltado principalmente para os alunos do primeiro semestre de Engenharia de Alimentos, o curso também foi aberto para estudantes de outros semestres e graduações que tenham interesse no nivelamento.
De acordo com a professora Vanessa Sampaio, coordenadora do colegiado da graduação em Engenharia de Alimentos, a iniciativa tem o objetivo de nivelar conhecimentos matemáticos básicos, permitindo que os estudantes acompanhem melhor as disciplinas do curso.
“O curso foi pensado para auxiliar o aluno a recordar conteúdos essenciais de matemática, que ele deveria dominar ao ingressar no ensino superior. Com isso, esperamos melhorar o desempenho acadêmico e evitar dificuldades futuras”, explica Vanessa.
A professora, ainda, acrescenta que esta é a primeira edição do curso, mas a intenção é mantê-lo nos próximos semestres e expandir a iniciativa para outras áreas. “Nos próximos semestres pretendemos adicionar também nivelamento para as áreas de química e física”, enfatiza.
O curso está sendo ministrado por Tarcísio Ângelo, doutorando do PPGCal e professor da Rede Básica de ensino desde 2004. Com sua experiência em sala de aula, ele destaca que muitos estudantes, principalmente da rede pública, ingressam na universidade com dificuldades em química, física e matemática.
“Sabemos que não vamos eliminar todas as dificuldades, mas queremos reduzir essa barreira inicial. O medo das disciplinas de cálculo, por exemplo, pode ser um fator de evasão, e nosso objetivo é ajudar a minimizar esse impacto”, comenta Tarcísio.
Com 24 horas-aula, o curso está sendo realizado nos turnos da manhã e da tarde, abordando tópicos específicos nos quais os estudantes costumam ter mais dificuldades. Para João Vitor Souza, calouro do curso de Engenharia de Alimentos, o curso tem sido essencial para suprir lacunas deixadas pelo ensino remoto durante a pandemia da Covid-19.
“Acredito que essa iniciativa era realmente necessária. Eu fui muito prejudicado na questão do ensino, na época do Ensino Médio, por causa da pandemia. Eu tive que fazer o segundo e o terceiro ano juntos em um ano. Então, teve muito assunto que eu não vi, muita coisa que eu não aprendi e muita coisa que não foi muito bem fixada”, ressalta João Vitor.
Com essa iniciativa, a expectativa é que mais alunos consigam acompanhar melhor as disciplinas e concluir a graduação com um melhor aproveitamento acadêmico.