Primeira Banca de Heteroidentificação é realizada na Uesb para ingresso de novos alunos
A Uesb registra mais um marco em sua história ao reafirmar seu compromisso com a diversidade e inclusão, implementando a Banca de Heteroidentificação. Na última terça-feira, 28 de janeiro, os membros da Comissão das Bancas iniciaram o processo de avaliação fenotípica de mais de 500 candidatos aprovados na modalidade étnico-racial pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
A partir de agora, a avaliação dos candidatos pela Banca faz parte do processo seletivo de ingresso na graduação, tanto pelo Sisu quanto pelo Vestibular, para aqueles que se autodeclaram negros ou pardos. A medida integra as políticas afirmativas da Uesb e tem como objetivo inibir fraudes e assegurar a lisura das cotas raciais na Universidade.
Pró-reitora de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil avalia o processo como positivo
A professora Adriana Amorim, pró-reitora de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil (Proapa), destaca a importância da primeira Banca de Heteroidentificação no ingresso regular de alunos na graduação e ressalta que a Uesb é uma das primeiras universidades a realizar o processo de forma presencial.
“É muito importante sinalizar também que a Uesb é uma das primeiras universidades a realizar o processo de forma presencial, que é o modelo ideal. É importante registrar que, mesmo que a gente chegue um pouco mais tarde, já trazemos os avanços das universidades que vieram antes de nós. Optamos pelo formato presencial tanto para inibir fraudes quanto para facilitar o acesso dos estudantes, que podem ter dificuldades com as tecnologias utilizadas nesse tipo de procedimento”, enfatiza Adriana.
A avaliação acontecem simultaneamente nos três campi da Universidade, durante a matrícula do Sisu. Os candidatos foram recepcionados pela Coordenação de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil (Coapa) e conduzidos ao local da avaliação, onde a Banca analisou a veracidade da autodeclaração étnico-racial. A análise considerou características fenotípicas como cor da pele, tipo de cabelo, formato do nariz e dos lábios, combinadas ou não, para verificar o reconhecimento social do candidato como pessoa preta ou parda.
Macsuel Santos participou da Banca de Heteroidentificação no campus de Itapetinga
Outro passo do processo foi o registro de imagem, por meio de fotografia e filmagem, dos candidatos que autorizaram essa etapa. Esse material pode ser utilizado em eventuais recursos. Caso o candidato não autorizasse a captação de imagem, ele ficaria impossibilitado de interpor recurso.
Macsuel Santos, natural de Caatiba e aprovado para o curso de Zootecnia, no campus de Itapetinga, destaca a relevância da Banca para garantir seus direitos.“É um marco, pode-se dizer, histórico, sendo a primeira vez que a Uesb realiza esse procedimento, o que assegura e garante o meu direito como negro pardo, impedindo que pessoas que apenas se identifiquem como negras ocupem uma vaga que, por direito, é minha”, frisa Macsuel.
Joara viajou de Itiruçu até Jequié para participar da Banca de Hetoroidentificação da Uesb
Joara Lorrana Oliveira, aprovada para o curso de Licenciatura em Química, viajou de Itiruçu até Jequié para participar da Banca de Heteroidentificação. Ela avalia a iniciativa como essencial para evitar fraudes. “É importante para garantir que as pessoas que se autodeclaram negras ou pardas tenham seus direitos assegurados, pois muitas pessoas se aproveitam desse direito para ingressar na universidade de forma indevida”, comenta Joara.
A Banca de avaliação estão sendo realizadas juntamente com a matrícula. Além disso, o processo será repetido durante a matrícula dos candidatos aprovados pelo Vestibular Uesb 2025 pelas cotas étnico raciais, garantindo, dessa forma, a continuidade das políticas de inclusão e equidade na Universidade.