Visando promover o fortalecimento das políticas de ações afirmativas da Instituição, a Uesb promoveu, entre os dias 16 e 18 de dezembro, o primeiro curso para constituição de bancas de heteroidentificação por meio de análise de critérios fenotípicos. Com cerca de 210 inscritos, o curso inicia a implementação do procedimento de verificação da autodeclaração de candidatos que ingressarem na Uesb por meio das cotas destinadas à população negra, buscando promover a garantia da igualdade de oportunidades no ensino superior.
“Esse curso não só é importante para a Uesb, mas também para a sociedade, pois reflete o compromisso da Universidade com a inclusão e com a promoção da justiça social”, destaca Adriana Amorim, Pró-Reitora de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil. A professora destacou ainda a relevância da ação e da união de esforços entre diferentes setores da Uesb para o sucesso da iniciativa.
A partir do Vestibular Uesb 2025, todos os candidatos que se autodeclararem pretos ou pardos terão que passar pela banca de heteroidentificação. A medida visa assegurar que as vagas reservadas para essas etnias sejam efetivamente ocupadas por aqueles que se enquadram no perfil socioeconômico e racial, garantindo a lisura dos processos seletivos.
Iasmin Meira, Psicóloga e egressa da Uesb foi uma das participantes da formação. Ela avalia a iniciativa como um passo importante, também, na integração da comunidade externa com a Universidade. “É um curso formativo ofertado por uma instituição pública de ensino, o que o torna muito atrativo”, aponta. Além disso, a egressa aponta ainda a qualidade do conteúdo ministrado no curso: ” discutir com as professoras as políticas, dúvidas, constructos sociais, colorismo e afins, foi enriquecedor e incentivador. Uma experiência muito satisfatória”, destaca a psicóloga.
O professor Reginaldo Pereira, Pró-Reitor de Graduação, explica que o objetivo da formação é capacitar os membros das bancas com o conhecimento necessário para realizar uma análise criteriosa e justa dos candidatos. “O curso também faz parte da contínua atualização das nossas políticas de inclusão, como a recente aprovação da Resolução 50/2023, que estabelece, entre outras medidas, um processo seletivo específico para pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas e pessoas trans”, relembra Reginaldo.
A formação contou com a participação da professora Cíntia Santos Diallo, da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), que possui uma experiência de mais de 20 anos de atuação em bancas de verificação fenotípica. Ela ressalta a importância desse processo para garantir que os direitos das populações vulneráveis sejam respeitados. “Nosso trabalho com as bancas é fundamental para garantir que as políticas de ações afirmativas cumpram seu papel de promover a inclusão social e educacional”, explica.
O curso abordou, entre outros tópicos, os critérios utilizados nas bancas de heteroidentificação, os desafios enfrentados pelas universidades no processo de verificação e as novas orientações legais, incluindo a recente legislação federal sobre o tema. A partir de fevereiro o procedimento começará a ser implementado com a Uesb selecionando os primeiros membros para composição.