Palestra “Como incluir pessoas trans e travesti” ministrada pela educadora Judá Nunes
Diminuir as disparidades sociais, bem como contribuir para a promoção de um ambiente universitário mais inclusivo e acolhedor são propósitos da Uesb. Nesse sentido, a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil (Proapa), em colaboração com a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), realizou o “1º Treinamento de servidores para inclusão de pessoas trans e travestis”, nos três campi da Uesb.
Os encontros, fruto das ações de políticas afirmativas voltadas para o acesso, permanência e assistência estudantil da Universidade, foram realizados com o intuito de promover a inclusão da comunidade trans no Ensino Superior. As atividades aconteceram nos dias 19, 21 e 22 de fevereiro, em Jequié, Vitória da Conquista e Itapetinga, respectivamente. Estiveram presentes, para o treinamento, os servidores da Proapa, Prograd, coordenadores e secretários de Colegiados e Departamentos, funcionários das Secretarias de Cursos, Assessorias Acadêmicas, Bibliotecas, Núcleo de Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência (Naipd) e docentes.
Profissionais de diferentes setores da Uesb participaram do treinamento
Os servidores tiveram a oportunidade de participar da palestra “Como incluir pessoas trans e travestis”, conduzida pela educadora e egressa da Uesb, Judá Nunes. Além disso, foi possível participar da atividade prática “Minha visão de mundo em diálogo com os novos tempos”, conduzida pelo professor Marcos Lopes, vinculado ao Departamento de Ciências Biológicas (DCB) da Uesb.
Judá observa a iniciativa como de suma importância, visto que o número de pessoas trans e travestis na comunidade acadêmica ainda está muito abaixo do desejado. “Quando a gente percebe, por exemplo, que apenas 0,2% das pessoas trans estão em universidades, a gente entende o quanto que esses espaços ainda não estão ligados na necessidade intrínseca da inclusão de pessoas trans e travestis”, destaca.
Para a servidora Roberta Borges, técnica em atendimento educacional especializado no Núcleo de Ações Inclusivas Para Pessoas Com Deficiência (Naipd), a iniciativa é um marco dentro da Uesb. “A respeito do treinamento para recebermos e acolhermos pessoas trans na Universidade, é um momento muito importante, um divisor de mares para essa comunidade. Dentro da inclusão, a gente percebe que, além de acolhê-los, é preciso fazer estratégias, ter atividades e, também, propostas para que essas pessoas se sintam à vontade e permaneçam”, avalia.
Nesse primeiro momento, a formação foi voltada, principalmente, para os servidores que atuam nos Colegiados e demais setores com quem os estudantes têm o primeiro contato ao ingressarem na Universidade. “A gente sabe que eles vão chegar com medo, que eles vão chegar assustados. Ter um acolhimento nessas pessoas, antes mesmo de ir para a sala de aula, é muito importante para que a pessoa saiba que ela é bem-vinda aqui na Universidade”, salienta a professora Adriana Amorim, pró-reitora da Proapa.
Ainda conforme Adriana, a intenção é que a formação seja contínua e o público ampliado para professores e estudantes. Além disso, a pró-reitora acrescentou que diversas ações serão adotadas para garantir o cumprimento do compromisso firmado na Resolução Consepe 50/2023, como campanhas visuais e informativas sobre adequação dos pronomes, uso do banheiro, site e demais rotinas do cotidiano.
“A Proapa está se responsabilizando por criar Núcleos. Da mesma forma que a gente tem o Naipd, que atende a pessoas com deficiência, a gente pretende criar os núcleos de atendimento às pessoas dos outros segmentos. Então, núcleo de apoio ao estudante quilombola, núcleo de apoio ao estudante indígena e núcleo de apoio ao estudante trans e travesti. Porque a inclusão é a mesma, mas o dia a dia tem legislação e questões diferentes”, pontua Adriana.