Pesquisa, pós-graduação e inovação fazem parte de um dos compromissos da universidade pública com a sociedade. Entender as demandas sociais e alinhar com ações que promovam a redução das assimetrias acadêmicas dos cursos de pós-graduação é um dos principais objetivos a serem tratados durante o Encontro Nacional das Universidades Estaduais do Fórum de Pró-Reitoras e Pró-Reitores das Universidades Estaduais (Foprop), que iniciou neste dia 15 de maio, na Uesb, campus de Vitória da Conquista.
De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proppi) da Uesb e coordenador do evento, professor Robério Rodrigues, é por meio desse diálogo que há a contribuição para a formulação e reformulação das políticas nacionais de pós-graduação. “Isso envolve criar cursos em regiões onde não existe, criar programas de pós-graduação de áreas diferentes daquela que a universidade já tem”, explica o pró-reitor.
Segundo o diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professor Antônio Gomes Souza, na década de 1970, havia 150 programas em 23 cidades do país. Atualmente, 50 anos depois, existem cerca de 5 mil programas de pós-graduação em 350 municípios. “O sistema passou por uma expansão muito interessante, onde a capilarização da pós-graduação aconteceu em diferentes regiões”, explica o diretor.
Antônio pontua que é importante que a expansão aconteça a partir da criação de novos programas contextualizados, cada vez mais, com as realidades. “É uma forma de colocar o sistema que gera conhecimento mais próximo da sociedade para atender várias demandas de vários setores. Portanto, as universidades estaduais são estratégicas nesse processo”, pontua. Na Uesb, por exemplo, segundo o pró-reitor da Proppi, a prioridade é a criação de novos programas estratégicos, nas áreas de Odontologia, Administração, Artes e Jornalismo.
Sílvia Meletti, vice-presidente do Foprop, pontua um dos principais avanços realizados a partir desse processo de escuta no Fórum: “Ser aceita a regulamentação que favoreça as universidades interiorizadas e que possuem multicampia pode ser listada como um dos principais avanços”, comenta Meletti.
Perspectivas – A partir desses encontros realizados, a meta é que a Capes lance a chamada para o novo edital de criação de novos cursos, “tendo como referencial esse estudo que vem a partir da necessidade identificada por cada estado”, explica o diretor de avaliação. “A gente acompanha as universidades, cada uma delas com suas características. Eu acho que a Uesb tem se destacado bastante no sentido de que a Universidade colocou a pós-graduação como algo estratégico, ou seja, a pós-graduação faz parte do plano de desenvolvimento institucional”, comenta Antônio.
O diretor do programa de bolsas da Capes, professor Luiz Antonio Pessan, explica que existem indicativos que contribuem com os avanços. “Tem outras ações que a gente vem trabalhando, que estão sendo apresentadas, discutidas pela comunidade, para melhorias, modificações e que virão a ser implementadas, que, com certeza, vão contribuir mais para a redução da assimetria”, defende o professor.
O Encontro do Foprop segue até amanhã, 16. Estão participando, em torno, de 35 universidades estaduais brasileiras e a programação completa pode ser acessada aqui.