Hoje, cursando o Mestrado em Educação na Uesb, Jéssica Costa lembra que, em 2010, concluía o Ensino Médio na rede pública e, no ano seguinte, após cursar o Universidade para Todos (UPT), teve a alegria de ver o seu nome entre os aprovados no curso de Ciências Biológicas do campus de Vitória da Conquista. A jovem foi a primeira da família a chegar ao Ensino Superior e compartilhou suas vivências e planos com os novos cursistas do UPT, em uma das atividades que integram a semana inicial de ações do Projeto, que segue até esta sexta, 7.
“A experiência foi muito boa. Eram profissionais responsáveis, todos os professores que eu tive foram excelentes, principalmente aqueles das disciplinas que eu mais precisava. Aprendi bastante”, contou a egressa do UPT. Atualmente, ela também cursa a Especialização em Gênero e Sexualidade na Educação na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e planeja um doutorado na Alemanha.
“Esse projeto é muito grande por isso, não só por dar uma oportunidade, mas também por trabalhar a questão da autoestima. Dizer que é possível”. A definição é do professor de Química, Alcíades Fagundes Neto, que também participou da atividade inicial do UPT. Graduado pela Uesb, o docente conhece o universo dos pré-vestibulandos: ministra aulas em grandes cursinhos privados de Vitória da Conquista e também para turmas do terceiro ano do Ensino Médio.
Ele lembrou que, com o UPT, os estudantes têm a oportunidade de competir de maneira mais equilibrada. Para isso, basta aproveitar a oportunidade e dispor de empenho e dedicação.
Universidade para Todos na Uesb – Neste ano, a semana de abertura do Projeto saiu das salas de aula e contou com palestras, discussões e atividades motivacionais e de apresentação do UPT e da Uesb. “É um primeiro momento que esses cursistas começam a se enxergar como pré-vestibulando e, ao mesmo tempo, a gente tem feito um trabalho de valorização da autoestima, de resgate, para que eles possam se sentir mais estimulados a começar o curso”, pontuou o coordenador do Projeto na Uesb, professor Miro Conceição.
Para ele, histórias como a de Jéssica e Alcíades “são interessantes porque o aluno pode se enxergar, pode ver que é uma trajetória possível. Inclusive para que ele possa sonhar e se transformar depois em um professor universitário, um profissional de sucesso”.
Além disso, o professor destacou a função da Universidade como patrimônio público regional que, ao instrumentalizar o Universidade para Todos, dá um retorno para a sociedade, cumprindo o seu papel. “Com o UPT, a Uesb consegue chegar até a comunidade, consegue apoiar pessoas que teriam dificuldade de ter acesso a um cursinho pré-vestibular, consegue fazer com que essas pessoas possam enxergar a possibilidade de construir uma carreira, de estar dentro da Uesb, de ajudar a construir a Uesb”, concluiu.