A frase do título foi dita pela professora Andrea Gomes, do Departamento de Tecnologia Rural e Animal (DTRA), em Itapetinga, ao conversar com pequenos produtores do município e da região sobre a necessidade de valorizar os produtos que produzem, já que exigem cuidado, tempo e resistência. O diálogo foi feito durante a Oficina de Processamento, Rotulagem e Boas Práticas de Fabricação, promovida pelo Projeto de Extensão Comunidade e Sustentabilidade, coordenado pela professora Talita Maderi, sob a condução de Andrea Gomes ao lado do discente em Engenharia de Alimentos, Juarez Júnior.
O objetivo da Oficina foi orientar os pequenos produtores sobre manuseio e higiene com alimentos e, especialmente, ensiná-los a produzir polpa de frutas congeladas. Para Andrea Gomes, comercializar polpas dentro do contexto da agricultura familiar agrega muito valor aos pomares, especialmente por ser uma tecnologia de baixo investimento: “o objetivo é produzir polpas sem adição de conservantes químicos e que possa garantir aos produtores o sistema agroecológico”, salientou a docente.
Segundo ela, o fundamental da Oficina é trocar conhecimento sobre produtos que mantenham qualidade e que não envenene a população. “As polpas podem ser adicionadas na merenda escolar, incentivar o consumo de frutas na forma de suco, evitando produtos industrializados como o refrigerante”, afirmou Gomes. Ela ainda lembrou que, para a agricultura familiar, principalmente na região de Itapetinga, cursos como esse geram economia solidária e mantém a economia local.
Neuzete Patês, participante do curso, conta que trabalha diretamente com os pequenos agricultores nas hortas comunitárias da cidade e destacou que “faltava essa parte de beneficiamento, mas que essa parceria com a Uesb contribui para que nós consigamos agregar valor aos produtos”. Antônio Olegário, presidente da Associação de Horticultura de Itapetinga, comentou que a Associação já existe há 15 anos na cidade e está localizada à margem esquerda do Rio Catolé. “Atualmente, nós produzimos hortaliças, frutas, galinhas, ovos e peixes. Pretendemos implantar lá, a partir do ensinamento da Oficina, as polpas de frutas e os temperos caseiros”, afirmou Olegário.