A sexualidade é um dos pilares de qualidade de vida determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo assim, esse ainda é o assunto “proibido” na maioria das famílias e nas escolas. Outros fatores preponderantes para a qualidade de vida também estão intimamente ligados à sexualidade, como a autoestima. Para conversar sobre a sexualidade e a autoestima das servidoras da Uesb, o projeto Célula Mater promoveu uma palestra na última terça-feira, 29, no campus de Vitória da Conquista.

A atividade fez parte das comemorações do Dia do Servidor Público, que foi em 28 de outubro, e contou com as contribuições da ginecologista Jacqueline Maia. A médica falou, entre outras coisas, sobre as interferências de uma vida sexual ruim no dia a dia das mulheres e como isso reflete na autoestima. 

Segundo Maia, a desinformação é um dos principais problemas referentes ao tema. “Os cursos de Medicina não disponibilizam uma disciplina que fale sobre sexualidade e a população fica desinformada por causa da questão cultural, não se fala sobre sexualidade. Isso causa muitos problemas na saúde da mulher. Nesse projeto, tento despertar as mulheres para uma nova fase da vida”, enfatiza a ginecologista que já é parceira do Célula Mater há algum tempo.  

Ginecologista Jacqueline Maia

A desinformação também reflete nos altos índices de violência sexual contra a mulher e, como em um efeito dominó, a violência sofrida refletirá também na saúde e na vida sexual da mulher. Segundo Maia, a despersonalização é um exemplo desses reflexos, que apresenta, como características, disfunções sexuais, sentimento de culpa, distanciamento do próprio corpo, abuso de álcool ou drogas, entre outros.

Bem-estar das servidoras – Coordenadora do projeto, a advogada e servidora da Uesb, Arlene Ribeiro, deixou claro que, em todas as ações da Célula Mater, o foco sempre será o bem-estar e a construção de uma rede de apoio entre as servidoras da Universidade. “Se elas não estão bem consigo mesmas, não podem ter um bom rendimento no trabalho. Temos também a preocupação de mantermos uma solidariedade entre essas mulheres e fazer com que outras pessoas tenham conhecimento do nosso projeto. Assim, podemos ajudar mais gente”, pontuou Ribeiro. 

Atuando na Uesb desde 2012, o projeto Célula Mater tem como foco o combate à violência contra a mulher e ao assédio moral e sexual, principalmente de servidoras e estudantes da Uesb. O atendimento funciona no Centro de Extensão e Ação Comunitária da Uesb, localizado na Praça Gerson Sales, bairro Alto Maron, oferecendo orientação e encaminhamento de casos aos setores responsáveis. Para mais informações o telefone para contato é (77) 98852-0402.