Unindo tecnologia, conhecimentos matemáticos e uma boa dose de criatividade, alunos do curso de Licenciatura em Matemática, campus de Vitória da Conquista, foram premiados, no mês de setembro, no 2º Festival de Vídeos Digitais e Educação Matemática da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Das ovelhas ao mercadinho” é o título do vídeo vencedor da categoria “Ensino Superior”, produzido pelos estudantes Adriano do Nascimento Santos, Cristiano Brito Oliveira, Eduardo Ferreira Patez e Salustiano Almeida Silva Neto, sob orientação da professora Roberta D’ângela Portoloti.
O vídeo, utilizado para o ensino de Matemática na Escola Bem Querer, foi elaborado durante a disciplina Informática na Educação Matemática e, aborda, de forma descontraída e didática, através de um breve passeio pela história, os sistemas de contagem arcaicos, os sistemas numéricos, bem como alguns conceitos de números inteiros. “Nós decidimos trabalhar com esses conteúdos porque os alunos da Bem Querer já os tinham estudado e irão vê-los novamente no próximo ano. Além disso, os sistemas de contagem são fáceis de serem trabalhados e mostram como a Matemática surgiu para ajudar o ser humano. O nosso principal objetivo, com isso, era desmistificar a ideia de que ela é algo difícil e que não está presente em nosso cotidiano”, contou o estudante Salustiano Almeida Silva Neto.
Todas as cenas contidas na versão final do produto foram gravadas e interpretadas pelos próprios discentes, em diferentes espaços do campus de Vitória da Conquista, com o uso de câmeras de celulares. O discente Cristiano Brito Oliveira comentou que o processo de construção do vídeo não foi fácil, mas foi prazeroso e contribuiu para ampliar a forma como ele vê a Matemática. “Conseguimos perceber que a Matemática não é só aquilo de ficar em sala de aula, e assim, pudemos mostrar para os alunos que eles também podem aprendê-la por meio de vídeos e outras tecnologias. E ficamos todos felizes porque eles gostaram muito”, disse.
Segundo a professora Roberta D’ângela Portoloti, que orientou o trabalho, inicialmente, não era o intuito dos alunos concorrer com o vídeo no Festival da Unesp, tanto que ele tinha nove minutos e precisou ser reduzido para seis para se adequar aos critérios do evento. Portoloti lembrou ainda que, antes mesmo de produzirem o vídeo e o inscreverem no Festival, eles fizeram uma análise crítica de outras produções do evento. Para a professora, essa análise foi importante para que eles percebessem que não é qualquer tipo de vídeo que deve ser utilizado como instrumento pedagógico de ensino.
Ela destacou também que a participação no Festival contribuiu tanto para a vida acadêmica quanto profissional dos discentes. “No decorrer desse período em que os meninos se articularam para viajar para outro estado, participar de um evento com outras pessoas e representar a Uesb, houve toda uma mobilização na qual eles pensaram em como pedir votos para o júri popular. Quando eles voltaram, fizemos uma recepção na sala de aula e pedimos que contassem como havia sido a experiência de participar das atividades do Festival. E uma das coisas que o Adriano nos falou e que, para mim, foi muito significativo, é que ele voltou de lá com vontade de ser professor”, concluiu.