“Silêncio, turma! não posso gritar”. Professores e alunos já estão familiarizados com essa frase, mas o que eles talvez não saibam são os problemas por trás dela, como disfonias e calos nas pregas vocais. Para debater melhor a questão, o Programa de Pós-Graduação em Agronomia convidou a fonoaudióloga e professora do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (Dell), Carla Salati, para ministrar a palestra “Cuidados com a voz na atuação profissional”.
O evento, que aconteceu na última terça-feira, 16, integra um ciclo de palestras com temáticas de interesse público, mas pouco exploradas, que estão sendo realizadas na disciplina “Seminários” do Programa, ministrada pelas professoras Adriana Cardoso e Aldenise Moreira. “Falamos muito em público e, as vezes, o uso inadequado da nossa voz pode nos trazer vários problemas. Com essa palestra, objetivamos trazer o conhecimento em relação à utilização adequada da voz e alguns exercícios que podem nos ajudar dentro da profissão”, afirmou a professora Aldenise Moreira.
Entre os problemas que podem afetar a voz e comprometer a realização de atividades profissionais, Salati citou as disfonias funcionais, que ocorrem por uso indevido da voz, inadequações fônicas e abuso vocal; as disfonias orgânicas, que independem do uso inadequado da voz e são ocasionadas por malformações, neoplasias e traumatismos e disfonias orgânico-funcionais, quando há presença de lesões nas pregas vocais, como por exemplo, nódulos.
Cuidados com a voz – Segundo a palestrante, trabalhar a respiração e fazer aquecimentos vocais podem evitar a perda de voz, minimizar problemas já vigentes e auxiliar na potencialização da voz. Na oportunidade, ela passou algumas orientações quanto aos principais cuidados necessários. “A primeira dica é: tomar muita água, hidratando o corpo, você vai estar hidratando as pregas vocais. Trabalhar a respiração, uma respiração profunda diafragmática vai ajudar a não ter tantas quebras, a ter uma fala um pouco mais fluida. Fazer um aquecimento vocal antes de entrar na sala de aula, por exemplo, com [a repetição de sons com as letras] ‘BR’ ou ‘TR’,” explicou a docente.
Comer alimentos adstringentes, como maçã, também é uma dica para ajudar na articulação, ao contrário do chocolate e do leite que, segundo Salati, devem ser evitados pois deixam uma viscosidade nas pregas vocais, exigindo, assim, maior esforço para produção da voz. “Outra dica é não gritar, por isso a importância de ter um equilíbrio das cavidades de ressonância, porque todas as vezes que você grita está agredindo as pregas vocais”, completou a professora.