“Se você tirar as abelhas, nosso modo de existir será afetado”. É o que defende a professora Raquel Pérez-Maluf, do Departamento de Ciências Naturais (DCN), que conduziu a abertura do 8º curso sobre Criação de Abelhas Sem Ferrão, realizada nesta quinta, 26. O evento contou com a participação de acadêmicos e produtores de abelhas da Bahia, São Paulo e Minas Gerais.
De acordo com a docente, as abelhas são responsáveis por boa parte no processo de produção de alimentos oriundos das plantas, devido a polinização, tanto em plantas nativas quanto em culturas de alimentos cultivadas em lavouras. “Elas contribuem com nossa existência e não só em termos de alimentação, mas também com o papel que têm na manutenção da diversidade das florestas”, pontuou Perez.
A proposta da atividade é estimular a criação das abelhas sem ferrão, uma atividade milenar, passada de geração em geração, conforme comentou a organizadora do evento, Generosa Ribeiro, coordenadora da Casa do Mel da Uesb. Segundo ela, a ideia é contribuir com o conhecimento técnico para que os agricultores possam melhorar a qualidade da produção dessa espécie, que é nativa no país. “Hoje, nós temos a ciência da meliponicultura, baseada nos conhecimentos dos nossos antepassados. E, com essa aliança entre o conhecimento tradicional empírico e a ciência, conseguimos uma atividade que tem muita lucratividade, que vai gerar renda e conhecimento científico”, comentou.
Umas das vantagens, de acordo com o palestrante Iolando Fagundes, técnico da Casa do Mel, é que o custo de produção das abelhas sem ferrão é mais baixo. “Essas abelhas que não têm ferrão, possuem um manejo mais fácil, como a não necessidade de usar uma indumentária”, explicou Fagundes.
Aquisição de conhecimento e geração de renda – Segundo a pró-reitora de Extensão, professora Gleide Pinheiro, essa ação voltada para os agricultores, proposta pela Uesb, contribui também com o desenvolvimento regional, com o estímulo para a geração de renda. “De fato, a produção de mel vai influenciar na melhoria da qualidade de vida das pessoas, com a ampliação da renda através da criação de abelha. Vivemos um momento muito especial com relação a essa produção e ver uma sala lotada, com uma demanda grande, para a gente é muito gratificante”, comentou.