Ciência, Tecnologia, Direitos Humanos e Sociais fazem parte de um seleto e, extremamente, importante grupo de termos quando pensamos em universidades públicas brasileiras e no papel que se espera delas. Foram com essas palavras que o reitor da Uesb, professor Luiz Otávio de Magalhães, iniciou a abertura da Semana de Integração Unificada 2020.1, realizada nessa quinta, 25, de forma virtual.
Durante a abertura, o reitor pontuou as defesas apresentadas na Constituição Brasileira de 1988 sobre a autonomia das universidades públicas, bem como a necessidade do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão estarem presentes no Ensino Superior. Além desses elementos, o gestor salientou as relações existentes nos textos constitucionais entre a Universidade e a Ciência e Tecnologia, perpassando também pelos dispositivos que apontam o direito à Educação dentro dos Direitos Humanos e Sociais.
De acordo com Magalhães, a noção de Direitos Humanos foi se moldando ao longo dos séculos. O que inicialmente era algo conquistado a partir de uma determinada posição social, atualmente “tem de ser assegurado a todas as pessoas, independente de gênero, identidade étnica, religião ou de condição social”, pontuou. “Essa ideia de um Direito Universal para todas as pessoas é uma construção que levou séculos, principalmente após a Segunda Guerra Mundial. É uma conquista da civilização, independente de ideologia política”, lembrou o reitor.
Educação como direito – Dentro dessa perspectiva, a professora convidada para a palestra de abertura da Semana, Aida Maria Monteiro, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), destacou que, quando se fala em Direitos Humanos, é importante observar o campo da Educação e de como ela vem sendo vista nas sociedades. “É através da Educação que é possibilitado um conhecimento mais amplo, que será transformado e estendido até o momento de fazermos ciência”, comentou.
Monteiro trouxe ainda dados sobre a Educação no Brasil. De acordo com a professora, ainda no século 19, o direito à educação era de quem obtinha situações econômicas, com apenas 1,8% da população brasileira alfabetizada. Já no início do século 20, 65,3% da população havia conhecido a Língua Portuguesa. “Não há desenvolvimento econômico, político, social se não temos independência de conhecimento, se não temos tecnologia própria, nem avanços da ciência. Esse processo de luta para garantir o direito à educação tem sido bastante lento”, constatou a docente.
Para o reitor da Universidade, a história da Uesb não foge a essa busca pela melhoria do ensino. “A Uesb tem 40 anos de história, ou seja, 40 anos muito difíceis para a organização dessa Instituição, com uma capacidade para trabalhar de forma indissociável o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. É uma história bem sucedida nesse sentido, principalmente na defesa da nossa dignidade cidadã, de defesa da utilização Instituições Públicas para a promoção dos Direitos Humanos”, defendeu.
Semana de Integração – Voltado para integrar os novos estudantes dos cursos de graduação da Universidade, o evento contou com encontros de acolhimento, roda de conversa com alunos indígenas, quilombolas e com deficiência, bem como uma mesa de discussão sobre “Educação on-line e acessibilidade”. Neste ano, devido à pandemia do Covid-19 e o distanciamento social, toda a programação foi feita de forma virtual, pelo canal do YouTube da Uesb.
Para rever as atividades da Semana, acesse os vídeos abaixo.
22 de fevereiro – Encontros de acolhimento
24 de fevereiro – Roda de conversa
25 de fevereiro – Mesa de abertura
26 de fevereiro – Mesa sobre “Educação on-line e acessibilidade”