Levando em conta que o Direito nasce com o propósito de criar regras que regem uma boa convivência entre as pessoas na sociedade, é certo dizer que essa área do conhecimento surge nos tempos mais remotos da civilização humana. Como profissão, a partir do surgimento das universidades e necessidade de profissionalizar uma demanda social, assim como Jornalismo, Medicina, Engenharia, entre outras profissões.
Aos poucos, surgiu a necessidade, também, da subdivisão na forma de atuação, como a defensoria, magistratura, promotoria, advocacia, procuradoria e, até mesmo, a realização do trabalho em delegacias e na docência. Se o juiz resolve conflitos e julga casos, o promotor defende os interesses da sociedade. Se o defensor atua na defesa do interesse de um indivíduo contra o Estado, o procurador defende esse mesmo Estado. Se o advogado realiza uma assessoria jurídica ao seu cliente, auxiliando em processos judiciais, o delegado aplica essas mesmas leis. Cada uma das atuações possui um objetivo diferente, mas algo as une: a aplicação das leis.
Além da atuação, existem diversas subáreas que o profissional pode escolher para seguir a carreira. Direito Penal, Civil, do Trabalho, Tributário, Ambiental, Empresarial, do Consumidor são algumas delas. Na própria graduação, o estudante tem acesso aos conteúdos dessas disciplinas e já consegue visualizar em que deseja se especializar.
As escolhas – Lorena Barreto, egressa do curso de Direito da Uesb, relata que a área de Humanas sempre a interessou, e, no caso do Direito, esse interesse surgiu, também, por abrir um leque de possibilidades. “Ouvi o meu chamado a partir de uma visão, ao mesmo tempo, pragmática e emocional. Pragmática porque a graduação em Direito me possibilitaria uma remuneração justa e um bom emprego, e emocional porque o Direito representa um ideal de civilização, em que todas as pessoas podem ter acesso a dignidade e respeito”, conta.
Sendo a graduação a base para sua escolha profissional, atualmente, Lorena exerce a função de defensora pública do Estado da Bahia. Segundo ela, a profissão alia a essência do curso de Direito com o ideal de uma sociedade mais justa e solidária. “A Defensoria Pública é vista, muitas vezes, como última alternativa e última esperança. Poder ter contato com as dores humanas e buscar lenitivo e providência jurídica para elas é algo grandioso e transformador”, explica.
Sobre o curso na Uesb – Com 24 anos de criação, o curso de Direito da Uesb funciona no campus de Vitória da Conquista e dispõe de turmas no matutino e no noturno. Até o momento, já foram formados em torno de 1.300 profissionais. Na Instituição, o curso de Direito vai além do conhecimento técnico das leis.
Durante os dez semestres do curso, o estudante também tem acesso aos projetos de extensão, por meio de bolsas ou de forma voluntária, que contribuem com a prática da área junto à comunidade, bem como com a participação em ligas acadêmicas. Para quem deseja se inserir no campo das pesquisas, também são oferecidos diversos projetos de Iniciação Científica. O curso conta ainda com a Revista Científica de Direito, um dos poucos periódicos científicos na área produzido por alunos de graduação de Direito no país.
Além disso, o projeto pedagógico prevê uma aplicação das disciplinas alinhadas com as demandas sociais vigentes, a exemplo dos marcos legais, que são legislações que regem um determinado assunto. Geralmente, essa legislação vem acompanhada de uma prévia discussão com o ambiente que ela envolve. “Também temos movimentações no Congresso, por meio dos marcos legais, como o trabalhista, previdenciário, da internet, entre outros. Isso interfere na ementa das disciplinas. Por isso, é necessário o professor estar sempre acompanhando”, explica o professor Claudio Carvalho, coordenador do curso.
Após a realização de disciplinas humanísticas e técnicas, o estudante encara a parte prática. Além da possibilidade de estágios, ele poderá atuar em serviços que a própria Instituição oferece de apoio jurídico para a sociedade, como o Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente, o Núcleo de Prática Jurídica , o Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflito (Cejusc) e a Clínica de Direitos Humanos.
Finalizada a graduação, o egresso realiza a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que, além de ser um agente regulamentador da profissão, também possui uma função social de atuar na defesa da democracia no país. A Uesb foi contemplada nas últimas quatro edições do Selo OAB Recomenda, um reconhecimento nacional da Ordem para a qualidade do curso.
A graduação na Uesb contribui, ainda, com uma formação crítica e humanista para atender as demandas do dia a dia. De acordo com Claudio, qualquer curso de Direito deve estar preocupado em formar um bacharel em Direito e não apenas um tecnicista. “A nossa questão é uma preocupação transversal e transdisciplinar, para que o aluno possa transitar, durante todos os semestres, e, ao final, fazer o TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] e, quem sabe, até colaborar com a sociedade com uma produção nova de conhecimento”, explica Carvalho.