Desde o final de 2023, a Uesb tem promovido diversas ações alinhadas ao Plano de Combate e Prevenção ao Assédio Moral, com o objetivo de garantir um ambiente acadêmico e administrativo mais saudável. Entre essas iniciativas, está o 1º Seminário de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e a Outras Formas de Discriminação e Violência, que teve início em Itapetinga, na última quinta-feira, 9. O evento reuniu servidores efetivos e terceirizados, docentes e estudantes.
A proposta é que os encontros, que também ocorrerão em Jequié e Vitória da Conquista, possibilitem a troca de experiências e o levantamento de reflexões e sugestões sobre o tema. As contribuições das plenárias serão reunidas e encaminhadas para a elaboração de uma minuta de resolução que institui a política de enfrentamento ao assédio e a quaisquer formas de discriminação e violência na Universidade.
De acordo com Márcia Queiroz, assessora de Gestão de Pessoas da Uesb, o documento está em fase de apreciação pela Procuradoria Jurídica e, em seguida, será remetido ao Conselho Universitário (Consu). “O texto será direcionado para todas as nossas bases e categorias, para que cada uma possa discutir, se debruçar e apresentar sugestões. Assim, construiremos uma política efetiva, feita por muitas mãos”, destacou.
Durante a programação, o procurador jurídico da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), José Messias Batista, ministrou a palestra “Assédio Moral e Sexual: conceitos, tipologias e os principais desafios de enfrentamento”. Ele ressaltou que um dos maiores desafios é desconstruir a cultura organizacional que, muitas vezes, naturaliza comportamentos abusivos.
Segundo Messias, o assédio pode ocorrer em diferentes níveis: vertical, ascendente, horizontal e até organizacional. E é preciso reconhecer esses padrões para combatê-los. Ele defende a necessidade de “criação de ações educativas, treinamento de pessoal que está normalmente na gestão, em posição de chefia, posição de poder dentro da instituição, que é a maneira de criar essa consciência, de respeitar a dignidade da pessoa humana, de respeitar as diferenças”, afirmou
O palestrante também destacou a importância de distinguir conflitos interpessoais de casos efetivos de assédio. Enquanto os conflitos costumam ser pontuais e não causam danos permanentes, o assédio se caracteriza pela repetição e pela capacidade de adoecer o trabalhador. Nesses casos, devem ser acionados os mecanismos institucionais adequados, evitando a naturalização da violência.
Para Yure Venceslau, analista universitário do campus de Itapetinga, a discussão reafirma o compromisso da Uesb com o bem-estar coletivo. Ele avalia que o seminário reforça a importância de reconhecer e combater o assédio dentro da própria Universidade. “O assédio degrada a personalidade e cria um ambiente de trabalho insalubre. Debater esse tema é fundamental para quebrar o silêncio e fortalecer uma cultura de respeito”, afirmou.
O técnico universitário Rabi Rezeda destacou o impacto transformador das discussões. Para ele, compreender o que caracteriza o assédio é o primeiro passo para promover mudanças de comportamento. “Repensar atitudes e ter a oportunidade de corrigir comportamentos também”, afirmou.
O seminário terá continuidade nos dias 16 de outubro, no campus de Jequié, e 30 de outubro, no campus de Vitória da Conquista, ampliando o debate sobre prevenção e enfrentamento ao assédio em toda a comunidade acadêmica da Uesb.